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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bolsa Família: aumento estimulará a economia

O economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que a expansão do Bolsa-Família anunciada esta semana pelo governo federal poderá ajudar no combate à crise econômica entre os mais pobres. Para ele, ao expandir a distribuição de dinheiro em setores em que é mais alta a propensão para gastá-lo, a iniciativa, além de combater a pobreza, estimulará a economia, compensando em parte a redução do crédito. “Essa é uma medida adequada”, Néri destaca o efeito “direto e potente” do programa sobre a redução da desigualdade no País, mas reconhece que, nas pesquisas sobre o Bolsa-Família, a hipótese de que gere acomodação nos beneficiários não foi afastada.
Abaixo, trechos de uma entrevista concedida ´por e-mail ao Estadão, na última 6ªfeira (dia 30/1)
Expandir o Bolsa-Família é uma escolha correta?
O que se pode dizer é que não existe programa de transferência de renda no Brasil mais bem focalizado que o Bolsa-Família e seus antecessores. Por exemplo, cada real gasto no Bolsa-Família tem 2,5 vezes mais chances de chegar ao pobre que cada real gasto com o reajuste do salário mínimo na Previdência. Além disso, agora o mundo está keynesiano, no sentido de que a falta de demanda agregada é o que tem de ser combatido. Essa opção implica não só combater a pobreza, mas destinar recursos para onde a propensão de gastar o dinheiro é mais alta. Ainda tem um bônus, você injeta moeda onde ela é mais escassa, gerando um efeito lubrificador na demanda, que compensa em parte o efeito da contração de crédito.Foi correto o critério adotado, aumentar em R$ 17 o teto de renda per capita dos possíveis beneficiários?Você está incluindo os mais pobres que não estavam no programa. Esses R$ 17 reais a mais levam os valores do critério muito próximos da nossa linha de miséria calculada pela FGV há anos (exceto que a nossa varia pelo custo de vida entre regiões R$ 142 em São Paulo, mas R$ 134 na média no Brasil). Logo, eu não poderia ser contra esse número cabalístico.
Não seria mais correto investir o dinheiro em ajudar quem já está no programa a não precisar mais dele?
O menor custo hoje para aliviar totalmente a pobreza no Brasil é de R$ 21,3 bilhões no ano. Isso é quanto custaria para completar a renda de cada brasileiro até a linha de R$ 134 reais/mês. Agora, transferências de renda têm forte efeito no curto prazo, é preciso de ações estruturais que aumentem a capacidade dos pobres gerarem sua própria renda a prazo mais longo. Mas talvez o que se queira agora seja um efeito de curto prazo em época de crise.
O Bolsa-Família não pode estimular a acomodação?
O programa pode levar à acomodação. Alguns estudos anteriores rejeitaram esse efeito no Brasil e no México. Nos nossos últimos estudos, estamos achando efeitos desse tipo. Ainda é prematuro afirmar, mas nós não conseguimos rejeitar a hipótese de que que há efeito-preguiça derivado do Bolsa-Família. Nossos resultados quantitativos estão em linha com relatos que escuto da população mais sofrida. Por exemplo, “se eu conseguir um emprego formal, eu sou excluído do programa, então eu não busco emprego formal”. Isso preocupa e precisamos de desenho mais arrojado para combater essa e outras limitações.
Quais são os efeitos do Bolsa-Família na redução da desigualdade?
No que tange a redução da desigualdade de renda o efeito é direto e potente. Cerca de 40% da inédita queda da desigualdade ocorrida a partir de 2001 se dá pelo efeito Bolsa-Família. Há impactos positivos sobre os beneficiários do programa, como aumento da matrícula de 3 pontos de porcentagem e na frequência escolar. Agora a extensão recente das condicionalidades educacionais até a faixa de 17 anos é promissora, pois só 74,5% destes estão na escola.
Se o programa tem resultados benéficos, a que atribuir as reações contrárias, a grita contra ele e contra sua ampliação?
Há uma grita interna, mas de natureza diferente daquela que houve contra os programas Fome Zero ou Primeiro Emprego, do qual participei desde a primeira hora. Esses programas caíram pois eram mal desenhados. Já o Bolsa-Familia foi criticado por alguns desde seu nascimento, mas hoje ainda não só se expande no Brasil, como em outras partes, inclusive nações desenvolvidas, vide o programa em Nova York. O programa nasceu forte e vai evoluindo ao longo do tempo. Estamos já no Bolsa-Família 2.0.
Escrito por Bob Pierce Jr & Edu às 16h54

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Educação: os engodos de mudanças aos pessimistas.


Caros amigos,


A complexidade do real coloca-nos, enquanto classe média, num clima de Pessimismo e ceticismo. O francês Edgar Morin, em "Os sete saberes necessário a educação do futuro,2000, p.36, aponta que a educação não é tudo. Não é solução para todos os problemas. Pior ainda se entendermos (reduzir)educação como escolarização. Nossa história recente de presidente não aponta resultados: Collor (2 graduação) FHC (doutor em sociologia) e nos governos destes o país caminhou para trás, particularmente perdi imóveis nestes dois governos. O presidente que tem medo de enfrentar a classe dominante e a mídia, Lula(ensino fundamental incompleto), com seus limites proporcionou melhorias para a classe das maiorias - os pobres. Os dados apontam tal fato, exceto para os cegos ideológicos, isto é, a ideologia é a trave(cata(r)rata) nos olhos. Os estudante de Medicina da UEL que promoveram baderna no HU, no final de 2008, não serve como exemplo. Os milhoes da corrupção do colarinho branco, os Dantas, os Gilmar Mendes, iria colocar o José Dirceu, do caso denúncia do Mensalão, mas não é justo, pois não foi transitado e julgado.
As mudanças a serem efetivadas no Brasil ocorrerá mediante mudanças na área estrutura econômica, cultural, política. A educação no modo de produção capitalista, neoliberal - (sendo o neoliberal, modelo ja falido, bem como o socialista no molde Estado leninista-burocrático)não funciona para compactuar os interesses de todos, digo TODOS. O 'Deus' Mercado é um engodo. Crise financeira mundial é fruto do paradigma do mercado como regulador. Sabemos e sofremos o resultado: a)- o papai - Estado - transferiu trilhoes de US$ para o capital, a revelia dos serviços públicos de saúde, educação, assistência social, segurança; b)- aumenta o desemprego para os trabalhadores e as grandes empresas não aceita diminuir a taxa de lucro, a despeito das bonanças nos anos anteriores.A educação não será solução se tivermos como modelo de educação para o trabalho ou qualificar mão de obra para fortalecer o capital a extrair mais valia. Este modelo de educação tem como princípio a naturalização da Desigualdade e o Individualismo Metodológico: 'seja (1ª pessoa do singular) um vencedor'!!! A lógica de Vencedor-perdedor(minúscula)desdobra-se na criação de grandes 'periferias excluidas' e essas reagirão com violência. As instituições sociais com a competência de socializar ou 'domesticar' para o convívio social e comunitário: família, igrejas, escolas, não respondem as demandas psico-patológicas das periferias excluidas, pois estão com paradigma antigo, desajustado. Na lógica da morte prefiro a lógica dos de baixo (maioria) que um deles (classe dos de cima) morrem a revelia de grande número dos de baixo.Em suma, A educação só produzirá mudança se inseri-las no quadro de mundanças na forma de propriedade, de produção, de consumo, distribuição de bens e serviços. Concordo que, os donos da riqueza dever ser re-educados. Eles tem responsabilidade com os de baixo. Não adianta de RSE como marketing, campanha sentimental, momentânea de solidariedade. A fome continua e volta para Matar.
Prof. Joaquim P. de Lima