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domingo, 5 de agosto de 2012

É melhor o voto ou o fuzil?



Voltando ao passado para entender o presente e agir na construção do futuro: 

" Conquista-se o poder com um grande plebiscito. Vota-se com cédulas eleitorais ou com tiros de fuzil.  Manchete da Gazeta Polska, jornal polonês, em fevereiro de 1933. No primeiro é necessário contar com maioria dos pequenos; no segundo, com a minoria das grandes personalidades. Por que o 'tiro do fuzil" deve coincidir com grandes personalidades? [...]Frequentemente estas grandes personalidades são alistadas com poucas liras por dia, isto é, geralmente o fuzil é mais econômico do que a eleição, e isso é tudo. Depois do sufrágio universal, corromper o eleitor tornou-se um meio muito caro; com 20 liras e um fuzil, dispersam-se muitos eleitores."
   Tal texto disposto no 'Caderno do cárcere, vol. 3,  p.331,  de Antonio Gramsci, aponta o paradoxo entre democracia e poder.  Será que a democracia, a representação política no formato brasileiro é a possibilidade das classes subalternas, dirigida, dominada, governada tornar-se classe dirigente e construir uma sociedade regida pela uma vontade coletiva e cimentando como hegemonia?
Será que o uso do fuzil não é necessário na guerra de movimento? Os aparelhos privados de hegemonia(TV, jornais, igrejas, universidades, rádios, famílias, ongs, associações) atuam na superestrutura cimentando o poder econômico e político e re-articulam-se conforme a guerra de posições das classes dominadas.
A democracia é uma 'ilusão' para os donos da Casa Grande. Utiliza-os de tais valores quando lhes confere poder, e exclui quando há algo que ameaça.
Uma sociedade regulada (comunista) deve assentar na inalienabilidade do poder e na "soberania do trabalho não como uma classe particular, mas como condição universal da sociedade", afirma o filósofo húngaro Istvan Mészaros (in, Atualidade histórica  da ofensiva socialista, 2010, p.24). Mas a 'esperança é o sonho do homem acordado'(Aristóteles). As lutas nos microcosmos particulares de um sistema sempre exibem as características essenciais do macrocosmo. A estrutura institucional global determina o caráter de suas partes constituintes e vice-versa. As mudanças num componente particular será efêmero, a menos que circule, desdobre em canais do complexo institucional total, dando início as mudanças exigidas em que o ambiente está prenhe por mudanças.  Vamos as eleições neste ano de 2012, frente aos avanços social, econômico, político na sociedade brasileira e sulamericana.