Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O que está em jogo em Copenhague - teólogo L. Boff


O que está em jogo em Copenhague
autor: Leonardo Boff *

Em Copenhague os 192 representantes dos povos vão se confrontar com uma irreversibilidade: a Terra já se aqueceu, em grande, por causa de nosso estilo de produzir, de consumir e de tratar a natureza. Só nos cabe adaptamo-nos às mudanças e mitigar seus efeitos perversos.
O normal seria que a humanidade se pergunta, tal como um médico faz ao seu paciente: por que chegamos a esta situação? Importa considerar os sintomas e identificar a causa. Errôneo seria tratar dos sintomas deixando a causa intocada continuando a ameaçar a saúde do paciente.

É exatamente o que parece estar ocorrendo em Copenhague. Procuram-se meios para tratar os sintomas, mas não se vai à causa fundamental. A mudança climática com eventos extremos é um sintoma produzido por gases de efeito estufa que tem a digital humana. As soluções sugeridas são: diminuir as porcentagens dos gases, mais altas para os países industrializados; e mais baixas para os em desenvolvimento; criar fundos financeiros para socorrer os países pobres e transferir tecnologias para os retardatários. Tudo isso no quadro de infindáveis discussões que emperram os consensos mínimos.


Estas medidas atacam apenas os sintomas. Há que se ir mais fundo, às causas que produzem tais gases prejudiciais à saúde de todos os viventes e da própria Terra. Copenhague dar-se-ia a ocasião de se fazer com coragem um balanço de nossas práticas em relação com a natureza, com humildade reconhecer nossa responsabilidade e com sabedoria receitar o remédio adequado. Mas, não é isto que está previsto. A estratégia dominante é receitar aspirina para quem tem uma grave doença cardíaca ao invés de fazer um transplante.

Tem razão a Carta da Terra quando reza: "Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo... Isto requer uma mudança na mente e no coração". É isso mesmo: não bastam remendos; precisamos recomeçar, quer dizer, encontrar uma forma diferente de habitar a Terra, de produzir e de consumir com uma mente cooperativa e um coração compassivo.

De saída, urge reconhecer: o problema em si não é a Terra, mas nossa relação para com ela. Ela viveu mais de quatro bilhões de anos sem nós e pode continuar tranquilamente sem nós. Nós não podemos viver sem a Terra, sem seus recursos e serviços. Temos que mudar. A alternativa à mudança é aceitar o risco de nossa própria destruição e de uma terrível devastação da biodiversidade.

Qual é a causa? É o sonho de buscar a felicidade que se alcança pela acumulação de riqueza material e pelo progresso sem fim, usando para isso a ciência e a técnica com as quais se pode explorar de forma ilimitada todos os recursos da Terra. Essa felicidade é buscada individualmente, entrando em competição uns com os outros, favorecendo assim o egoísmo, a ambição e a falta de solidariedade.

Nesta competição os fracos são vitimas daquilo que Darwin chama de seleção natural. Só os que melhor se adaptam, merecem sobreviver, os demais são, naturalmente, selecionados e condenados a desaparecer.

Durante séculos predominou este sonho ilusório, fazendo poucos ricos de um lado e muitos pobres do outro à custa de uma espantosa devastação da natureza.

Raramente se colocou a questão: pode uma Terra finita suportar um projeto infinito? A resposta nos vem sendo dada pela própria Terra. Ela não consegue, sozinha, repor o que se extraiu dela; perdeu seu equilíbrio interno por causa do caos que criamos em sua base físico-química e pela poluição atmosférica que a fez mudar de estado. A continuar por esse caminho, comprometeremos nosso futuro.

Que se poderia esperar de Copenhague? Apenas essa singela confissão: assim como estamos não podemos continuar. E um simples propósito: Vamos mudar de rumo. Ao invés da competição, a cooperação. Ao invés de progresso sem fim, a harmonia com os ritmos da Terra. No lugar do individualismo, a solidariedade generacional. Utopia? Sim, mas uma utopia necessária para garantir um porvir.

[Autor de Homem: Satã ou Anjo bom?, Record 2008].

* Teólogo, filósofo e escritor.



Fonte: www.adital.com.br

domingo, 13 de dezembro de 2009

Invenção da Veja: MST é movimento terrorista - dissertação mestrado


Entrevista com Najla dos Passos: A revista Veja e a invenção de um movimento terrorista

Leia a entrevista e revise os conceitos.


IHU - Unisinos *

Adital -
Desvendar as formas com que a "cultura de opressão" aos movimentos populares opera no Brasil é o objetivo da dissertação de mestrado "A revista Veja e a invenção do ‘MST terrorista’", de Najla dos Passos.
Sobre a imagem do MST construída pela mídia brasileira, mais especificamente pela revista Veja, e a representação do movimento pela sociedade civil, Najla conversou, por e-mail, com a IHU On-Line. "De brasileiros humildes e vítimas de um Estado omisso, os sem-terra, tal como os sertanejos de Canudos, foram transformados em representantes da ’sub-raça brasileira’ que, à margem da ordem e do progresso da civilização letrada, constituem a imagem do Brasil baderneiro e atrasado, combatido pelas forças hegemônicas que, desde a implantação da República, dizem querer um país moderno e civilizado, mesmo que apenas para uma parcela ínfima da população", lamenta. Najla tratou, ainda, de questões concernentes ao histórico do movimento no país, ao instrumento teórico do "materialismo cultural", utilizado em seus estudos, além da relação do MST com o governo Lula. "O governo Lula, apesar das relações históricas com os sem-terra, nada fez para efetivar a reforma agrária que o movimento tanto anseia. A contribuição da administração do PT ao setor foi tão ínfima que João Pedro Stedile chegou a declarar, em entrevista à imprensa, que Lula operou uma verdadeira "contrarreforma agrária" no campo brasileiro", lembra.


Najla dos Passos é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Já atuou como professora da Faculdade de Comunicação Social da Universidade de Cuiabá (UNIC). Atualmente, trabalha com assessoria de imprensa em Brasília (DF).

Confira a entrevista.

IHU On-Line - Você faz um resgate histórico dos trabalhadores que lutavam por terra que vem desde o descobrimento. Qual a imagem que o povo sem-terra teve nesses momentos históricos, como quando os portugueses chegaram ao Brasil, depois com a vinda dos portugueses etc.?

Najla dos Passos - As classes dominantes no Brasil sempre foram extremamente hábeis em utilizar o repertório cultural disponível nas suas respectivas épocas para desumanizar os mais pobres, os excluídos. Quando os portugueses chegaram ao Brasil e encontraram os índios vivendo fartamente e sem conceber a ideia de que a terra não era um bem comum, usaram todo o arsenal possível no repertório cultural da época para convencer o mundo de que eles eram selvagens, atrasados, boçais... que não eram seres humanos. Com isso, justificavam a prática de extermínio que utilizavam contra aqueles que não se deixavam catequizar, não aceitavam a nova ordem estabelecida. O pior é que muito dessa visão distorcida dos índios sobrevive até hoje: quantos ainda os associam à preguiça, ao atraso, à inabilidade para o trabalho?

Da mesma forma, os negros africanos foram tratados como "objetos animalescos", sempre associados ao perigo e à selvageria. Quando resistiam à escravidão, tornavam-se, como os índios, objeto de repressão impiedosa. É interessante notar que os termos bando, quadrilha e mesmo terror já eram amplamente utilizados pelos jornais da época para transformá-los em coisas. Data desta época, também, as primeiras referências ao discurso de que o trabalho na terra é indigno dos homens cultos, letrados, dotados de civilidade. Decorrência disso é a construção da ideia de que a foice, mais do que um instrumento de trabalho, é uma arma. Ideia que corrobora com a associação largamente difundida até nossos dias da relação entre trabalhador rural e criminalidade.

Infelizmente, nem mesmo a Proclamação da República alterou esse estado de "coisas". Os sertanejos que se rebelaram contra a miséria e a falta de oportunidade que assolavam o campo também foram marginalizados pelo discurso dominante. O melhor exemplo é, sem dúvida, o tratamento destinado aos sertanejos de Canudos, até porque isso se deu em uma época de grande evolução dos recursos necessários para a confecção e a distribuição dos jornais. Os pobres camponeses foram tratados como animais retrógrados que "manchavam" a construção do Brasil moderno, livre, republicano. Foi aí que a construção cultural da dicotomia entre a cidade/civilização versus campo/atraso, que a imprensa hoje faz parecer tão moderna e atual, firmou-se como premissa do discurso republicano. Mesmo os imigrantes brancos que vieram tentar a sorte no Brasil foram tratados de forma pejorativa e discriminatória, mostrando que a questão de classe, neste aspecto, sobrepõe-se às questões de gênero e raça, por exemplo.

IHU On-Line - Um dos questionamentos de sua dissertação é no que se baseia o discurso que considera o MST terrorista. Como você acha que a mídia brasileira construiu esse estereótipo?

Najla dos Passos - A postura da mídia convencional de equiparar o MST a organizações terroristas sempre me pareceu tão leviana, que fiquei sinceramente intrigada com o tema. Como jornalista, acompanhei por muitos anos, trabalhando para a própria imprensa convencional, o processo de ocupação de terras, os conflitos agrários, as ações do MST. Conhecia a processo suficientemente bem para ter clareza que o MST é um movimento pacífico, desarmado, disposto a utilizar muitos dos trâmites democráticos a que temos acesso na nossa sociedade. Com a minha pesquisa, descobri que foi justamente nesses elementos já cristalizados na nossa cultura que essa associação absurda se baseava. As imagens se repetem: é o sem-terra perigoso, indomável, sempre "armado" com foices, o analfabeto boçal, ignorante e atrasado que impede o país de se desenvolver, modernizar-se e tornar-se o tão sonhado país do futuro... são loucos insanos, como os terroristas islâmicos, pintados como fanáticos dispostos a impedir a modernidade global até mesmo com a própria vida, se necessário for. O MST, de vítima, passou a ser apontado como a principal causa da violência no campo, como o responsável por crimes de toda natureza, foi associado a facções criminosas urbanas como o PCC, acusado de fanatizar as crianças, incentivando-as a adotar posturas ideológicas consideradas atrasadas, como o comunismo e o socialismo, e, enfim, considerado o responsável por colocar em xeque toda a ordem democrática estabelecida no Brasil.

IHU On-Line - E pela Veja, especificamente?

Najla dos Passos - A Revista Veja é um fenômeno editorial sem precedentes. É a quarta revista mais vendida do mundo, apesar de ser editada em um país que ainda envergonha pelo número de analfabetos totais e funcionais. Pela sua penetração, força política e mesmo pelo seu tempo maior de elaboração, funciona como uma espécie de usina ideológica da classe dominante, na qual são testadas as ideias que depois serão difundidas pelo restante da mídia comprometida com o capital. Desde que foi criada, no período mais duro da Ditadura Militar, contou com grande aporte de capital estrangeiro e sempre defendeu os interesses do neoliberalismo norte-americano acima de quaisquer outros. Não por acaso, elegeu o MST como o principal inimigo do avanço neoliberal no Brasil, desde o início dos anos 1990, e não mediu esforços para rechaçá-lo, direcionando a postura do restante da mídia neoliberal em relação ao Movimento. A diferença é que, até a eleição de Lula, a Veja associava o MST ao comunismo, ao perigo vermelho. Mas depois que o Brasil elegeu um presidente de esquerda, precisou buscar um novo discurso para reforçar os aspectos negativos do Movimento. E o encontrou justamente no discurso da Guerra contra o Terror, capitaneado pelos Estados Unidos, após os eventos de 11 de setembro de 2001.

Mas, convenhamos, que nem mesmo para Veja é tarefa fácil transformar um movimento pacífico e querido dos brasileiros em organização terrorista. A revista precisou visitar a fundo o imaginário cultural do brasileiro para descobrir meios de sustentar essa acusação. E qual seria a figura dessa nossa história sem fortes tradições terroristas que melhor se adequaria à imagem desses fanáticos religiosos atrasados, incapazes de entender as premissas do progresso? A Veja foi muito esperta em resgatar Antônio Conselheiro, personagem histórico que foi peça-chave na revolta de Canudos e que teve sua imagem amplamente deturpada pela mídia de sua época. Da falsa imagem de um Antônio Conselheiro fanático e insano, propagada pelo discurso hegemônico, a revista reconstruiu a figura de uma das mais fortes lideranças do MST, estendendo, assim, para ele, as características negativas atribuídas ao líder sertanejo do final do século XIX. Fundamentada nos preconceitos próprios da ciência da época contra os brasileiros pobres e simples do sertão, eternizados pela obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, a revista re-significou os sem-terra à imagem e semelhança dos conselheiristas, já mascarados e massacrados pela retórica propagada pela imprensa e pelos intelectuais do século XIX. De brasileiros humildes e vítimas de um Estado omisso, os sem-terra, tal como os sertanejos de Canudos, foram transformados em representantes da "sub-raça brasileira" que, à margem da ordem e do progresso da civilização letrada, constituem a imagem do Brasil baderneiro e atrasado, combatido pelas forças hegemônicas que, desde a implantação da República, dizem querer um país moderno e civilizado, mesmo que apenas para uma parcela ínfima da população.

IHU On-Line - Quais são os principais elementos apontados na acusação ao MST?

Najla dos Passos - São tanto elementos residuais da tradição do pensamento colonial, imperialista e republicano brasileiro, alguns já citados, como também elementos emergentes, próprios da cultura do capitalismo tardio, como o pânico generalizado da violência e do terrorismo, apropriado com o propósito de imputar o repúdio absoluto à simples ideia da existência do MST. Procurando carimbar o movimento como uma organização baderneira e beligerante, a revista chega ao extremo de divulgar uma ligação jamais comprovada entre lideranças do MST e do PCC, a organização criminosa criada por presidiários paulistas, responsável por alguns dos mais impressionantes episódios de violência urbana no Brasil dos últimos anos. Parecendo desconhecer o fato de que o MST é efeito, e não causa das mazelas de um país marcado por uma desigualdade ímpar e, por isso, violento, a Veja omite e adultera o discurso de sustentação do movimento dos sem-terra, até o limite de classificá-lo como intolerante e avesso à ciência, como ficou bastante claro na cobertura do episódio de ocupação da Aracruz. Como se a ciência, como qualquer outra forma de discurso, não fosse apropriada pelas forças hegemônicas para respaldar seus objetivos de manutenção do status quo.

IHU On-Line - Como esta construção influencia na imagem que os brasileiros têm do movimento?

Najla dos Passos - Em 1998, o IBOPE apurou que 80% dos brasileiros eram favoráveis à reforma agrária e apenas 12% eram contrários. Em 2003, uma nova pesquisa realizada pelo mesmo instituto revelou que 41% dos entrevistados se declararam ‘totalmente contra’ os sem-terra e outros 13% ‘parcialmente contra’. Os que se diziam ‘totalmente a favor’ ou ‘parcialmente a favor’ somavam 40%. 65% desaprovaram as formas com que o movimento agia, contra 30% dos ouvidos que aprovaram. O trabalho da imprensa neoliberal, portanto, influencia sim a imagem que o brasileiro faz do movimento. Mas não a determina por completo, como muitos teóricos da comunicação julgam capaz. A ação de outras forças sociais, nesse caso contra-hegemônicas, impede que essa ideia, embora dominante, torne-se unanimidade. Por isso a importância do trabalho de divulgação e de denúncia dos jornalistas, militantes e intelectuais nos jornais populares, sindicais, na imprensa pública, nas universidades, nos fóruns sociais etc.

IHU On-Line - Sua reivindicação é que o MST, entra governo e sai governo, permanece ofendido pela imprensa neoliberal. O governo Lula foi uma decepção para o movimento?

Najla dos Passos - Não posso, de forma alguma, falar pelo movimento. E sei que a questão é bastante controversa, inclusive dentro do próprio MST. Mas é impossível negar que, hoje, a concretização da reforma agrária no Brasil permanece como uma utopia distante, e o futuro do MST como uma incógnita. O governo Lula, apesar das relações históricas com os sem-terra, nada fez para efetivar a reforma agrária que o movimento tanto anseia. A contribuição da administração do PT ao setor foi tão ínfima que João Pedro Stedile chegou a declarar, em entrevista à imprensa, que Lula operou uma verdadeira "contrarreforma agrária" no campo brasileiro. A média de famílias assentadas por ano foi inferior, inclusive, do que as beneficiadas com um pedaço de terra durante o governo Fernando Henrique Cardoso. E nada de infraestrutura, nem de liberação de crédito rural. Por outro lado, há companheiros que apontam a redução da violência no campo e o aumento da renda dos trabalhadores rurais por meio de programas sociais como o Bolsa Família, como avanços dos governos Lula... Uma coisa, porém, é certa. A ofensiva da imprensa neoliberal contra o MST continua intensa, mude ou não o governo e a conjuntura. É possível concluir também, a partir dessa pesquisa que, ao contrário do que a revista Veja apregoa em nome das forças hegemônicas, não é o MST que é anacrônico e atrasado, mas sim a elite brasileira comprometida com o ideário neoliberal. Afinal, é essa elite que precisa se ancorar em um discurso ultrapassado, insustentável cientificamente, já largamente desgastado pela imprensa de séculos atrás, em tentativas desesperadas de combater a luta dos trabalhadores em geral, nominados por ela de "classes perigosas", em uma república proclamada pelo alto.

IHU On-Line - Como a ótica do materialismo cultural de Raymond Williams é tratada neste estudo?

Najla dos Passos - Considero Williams um autor fantástico, justamente porque ele amplia a visão marxista mais tradicional de que a cultura é apenas um reflexo das relações econômicas estabelecidas, seguindo a trilha aberta antes por Gramsci e Bakhtin. Para o autor, a cultura é uma arena em que forças divergentes se confrontam na disputa pelo espaço hegemônico. Não está associada apenas à doutrinação e manipulação, tão ressaltada pelos autores que se fixam no estudo da ideologia. E também não é apenas uma experiência particular, uma investida artística. É, sim, todo um modo de vida, influenciado e re-significado, inclusive, pelas próprias contradições de seu tempo histórico. É um instrumental que nos permite, por exemplo, entender porque nem todos os brasileiros consideram o MST uma organização terrorista, apesar da grande ofensiva da imprensa. Permite-nos também entender como elementos residuais, ligados às mais antigas tradições, podem se fazer atuais e presentes para re-significar situações novas, considerando e legitimando o estudo das concepções literárias, da história das ideias, das crenças científicas e mesmo das teses intelectuais. E, a partir deste entendimento, permite-nos criar novas formas de lutar para reverter esse quadro.

IHU On-Line - Porque a data de 11 de setembro é um marco para o seu trabalho?

Najla dos Passos - O 11 de setembro inaugura a chamada Guerra contra o Terror que, com a desculpa de exterminar o terrorismo do mundo, cria novos mecanismos e elementos para desumanizar o diferente, impor preconceitos e exaltar supremacias. É o episódio que inaugura, para utilizar as palavras de Williams, a principal "estrutura de sentimento" (ou a característica mais particular) da nossa geração: uma geração assustada, com um medo irracional de um perigo que, muitas vezes, ela não consegue identificar racionalmente, e acaba direcionando-o, com a ajuda hábil da imprensa, ao pobre, ao negro, ao sem-terra, ao favelado, aos "de baixo", como definiria Williams. Uma geração tão bombardeada por imagens e informações que acaba perdendo suas referências de realidade e, acuada, começa a acreditar que a causa da violência está nos assentamentos, nas periferias, nas favelas, e não em um sistema econômico que exclui cada vez mais, que destrói o meio ambiente, que produz a guerra.


* Instituto Humanitas Unisinos

domingo, 18 de outubro de 2009

Racismo e discriminação racial: diferenças


Sociologia. (livro do Ali Kamel - diretor da Rede Globo)
No Brasil 42,6% da população é de cor ou raça parda, conforme Relatório do IBGE, 2006. Isto significa que, de cada 10 pessoas em uma sala de aula 4 deveria ser negras ou pardas. Donde estão estas pessoas de cor ou raça parda? Na sala de aula de 20 temos 1. Será que os negros são ociosos e não predispostos ao estudo? Ou falta de oportunidade ou condições para tal empreendimento?
Na outra ponta, ao falar sobre racismo ou discriminação racial a maioria diz que não comete tal ato, pois considera o negro e o branco como iguais. Na realidade tal discurso não se efetiva na prática. Onde estão os negros no Banco do Brasil, CEF, gerente de grandes empresas, etc.? O racismo e a discriminação existe e é disfarçado. O que é racismo e discriminação? Qual a diferença? No Relatório das desigualdades raciais no Brasil 2007-2008, aponta que racismo associa práticas sociais e culturais a determinado povo como se fosse de sua natureza inata e não condicionantes de fatores histórico-sociais. O racismo cultural associa um grupo de pessoas ter cor de pele e traços fisicos (branco, negro, indígena ou amarelo) como se determinasse o seu modo ser individual e coletivo como pior ou melhor. O racismo é a identificação social(conceitual) no grupo como inferior, pior na relação com outro.
A discriminação racial é ato, quando a pessoa a partir de conceitos racista toma atitude, postura que efetiva tal concepção de ser inferior e superior, fraco e forte, pior e melhor, impuro e puro, considerando a cor da pele e os traços físicos.
A discussão sobre cotas raciais e a rejeição advém do desconhecimento e do medo do conflito em assumir que é racista e discriminador. Assumir uma atitude que os conceitos interno - fundamentação conceitural e moral - digladiam a rejeição.
A cultura negra na sua origem africana e posteriormente na condição de escravizada a identidade negra se firmou como reação a unificação cultural branca e o etnocentrismo. Os negros não se identificavam como diferentes. A cultura negra se mesclou sincreticamente com os amerindios e europeu e se amalgamou com a propria cultura brasileira. a cultura negra é vista aspectos dos grupos folclóricos: carnaval, capoeira, etc. A ação do negro só é valida de passar pelo filtro do dominante branco, ou do braquecedor. No carnaval quem observa no camarote são a maioria branca, com a cultura européia que observa os negros e seus aliados culturais ou afro-descendentes.
Nem todos os negros se identificam com sua origem afro-descendente e das lutas contra a escravidão, racismo e liberdade, afirma o Relatório das desigualdade raciais, da UFRJ(2009),expressando a ideologia racista à brasileira. Alguns negros dizem: 'sou contra a política das cotas porque é uma forma de racismo, considerando que o negro é um inferior'. Tal premissa trata a política pública de combate ao racismo é algo individual e não coletiva ou de ação pública do Estado. OS desiguais em condições devem ser tratados (presente) nas mesmas condições como se fosse (futuro)iguais.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os (des)caminhos da educação e a idiotia


......................................Educação - Os limites na educação advém de quatro vetores em que associam situações materiais e imateriais, e conceituais. O primeiro vetor são as instituições de ensino que não dispõem dos meios necessários para o ato de ensino-aprendizagem, ou aprendência (Asmann,2006), desde a educação infantil, fundamental, médio e superior, no município, estado e União. O segundo, são as formas de financiamento e partilha dos recursos com um sistema de gestão e controle que é burocrático e não social. Os atores responsáveis pela educação (família e alunos, Estado, acrescidos de professores e demais servidores - cf. LDB, lei nº 9.394/96)não participam do processo. Os valores orçados e aplicado em cada IE (instituição de ensino) não tem a devida publicidade e participação popular. Sugerimos que cada família recebe em casa, pelo correio, informe sobre os valores e que o Estado motive a participar na elaboração dos projetos e controle dos recursos. Nos setores populares acredito que haverá massiva participação se perceberem seriedade na proposta e não uso político eleitoral. As escolas públicas foram privatizadas para os interesses das oligarquias locais (72% dos pequenos municípios) e para o capital. As privadas para resguardar o 'darwinismo social' e o status quo da classe média decadente que sobrevive a ilusão de ser 'opinião pública'.

O terceiro vetor advém da fragmentação, divisão, obscuridade des-unidade conceitual quanto as razões antropológicas, filosóficas e teleológicas da educação e da prática pedagógica docente. Os docentes não estão em crise. Observem a reação da PUC, USP, Universidades estaduais. As escolas de formação docente de-formam, pois estão pautados numa teoria que justificam a prática baseado no primado do 'formação para o capital' e 'socialização para a harmonia social'. A contradição é anomia. O liberalismo pedagógico transmuta para o idealismo hegeliano. O último vetor é a Mídia local e nacional que dissemina a ideologia do 'futuricídio' - morte do futuro. O quadro de morte acrescido de violência tecem as relações educacionais dando-lhe uma identidade, e o quadro de viva - os projetos sociais significativos - são tratados pela mídia como periféricos, por isso o Brasil melhorou mas tal a escola continua péssima, e os resultados das notas da Prova Brasil são expressões de tal - quadro da morte. Ou interpretamos a realidade ou nos devora. A solução do Brasil não passa pela educação (superestrutura) mas sim pela economia e pela descentralização da propriedade. Estamos engatinhando, rumo a escola, digo educação.

Prof. Joaquim Pacheco de Lima

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Filiação partidária: projeto de sociedade ou pessoal?

POLÍTICA - O ministro Celso Amorin, das RElações Exteriores, filia-se ao PT.
As críticas ao ministro pela explicitação da opção política deve ter em pauta os seguinte cuidados(pressupostos): – qual o conceito de partido? O que é ideologia? Qual o projeto de sociedade que estão se plasmando entre os grupos sociais e atores históricos? Na complexidade do real há na sociedade brasileira três ou no máximo quatro correntes de pensamento e as outras são apêndice ou ramos (igrejas denominacional) de uma ou outra linha.
A fragmentação dos grupos institucionais políticos dos parte da estratégia de predomínio da oligarquia e aristocracia na preservação do poder. A ‘demonização’ da organização política cunhando prejorativamente como ideologia no sentido negativo nada mais é que medo de des-cobrir a ‘ideologia’ de manutenção de um modo de dominação desde os lusitanos, vide o jurista Raimundo Faoro em ‘Os donos do poder: a formação do estado patronialista’ (1966).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Os ANTI-LULAS ou anti-povo e anti futuro

Cultura Política. Após a apresentação do presidente Lula, em rede nacional de TV, 05/09/2009, sobre o Pré-sal em que didaticamente expos o projeto com objetivo de aplicar os resultados em educação, ciência e tecnologia, e desenvolvimento humano recebeu crítica da mídia corporativa, vide manchete do jornal Estado de São Paulo - Estadão em 07/09/2009.

Lula pede mobilização contra ''interesses menores'' no pré-salEm pronunciamento em cadeia de rádio e TV, Lula defende pressão sobre deputados e senadores


Vejam o comentário de um leitor do Estadão, anti-lula.

O Brasil está definitivamente apartado em dois tipos de cidadãos. OS MANIPULADOS são a maioria que apoia e mistifica o graannde herói macunaímico Sr. Lula Ignaro da Silva. OS NÃO-MANIPULADOS são minoria e estão necessitando relaxar do distress causado pela consciência da catástrofe separatista inevitável que se aproxima. Os manipulados são analfabetos integrais ou funcionais sem informação e/ou sem capacidade de discernir o que é enganação política ou proposta honesta de desenvolvimento amplo. São geralmente pobres ou se locupletam de privilégios da nomenklatura, licitações fraudulentas, etc. e são manipulados com o prazer de enriquecer. E assim, de pré-sal e biocombustíveis, de promessa ilusória em mais promessa ilusória, a nação separada caminha célere rumo ao socialismo totalitarista da nova espécie “manipuladura”. O realmente lamentável nessa estória é que haverá uma dolorosa frustração quando as promessas não cumpridas forem claras. E uma nação mais sofrida e pobre em vários aspectos importantes

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gripe A (H1N1) - Estão negociando com a saúde de nossos filhos.

SAÚDE. "Nunca aceitemos manter num estado paranóico e sufocador.' 'Porque estão jogando com nos outros, estão negociando com a sua saúde e a saúde de seus filhos.', conforme o vídeo do Youtube(2009), de Julian Alterini, argentino.

Vale a pena assistir: http://www.youtube.com/watch?v=CcgCBiyGljM&feature=player_embedded

Fico preocupado com o poder da mídia, neste caso. Os governos (estadual - representado pelo secretário de estado, cambeense, Dr. Gilberto Martins, colega das lutas políticas, médico sanitarista sério; e pelo federal, ministro da Saúde, técnico, idem sério e responsável, que não trata a saúde com questão política de poder) estão amarrados. Será? ou é medo de um poder que é concedido a alguém que não tem legimidade para tal, considerando sua postura antiética. A multidão caminha nos holofotes da mídia, pois o contraditório não se apresenta.

Assista o vídeo novamente e faça uma revisão. É preciso agir. As escolas pararam, mas o shopping, o futebol, as empresas com os transporte coletivos, as igrejas e outros espaços continuam. É o simulacro. E tem gente que acredita.
Esperança, chegará um dia que o contraditório, e 'verdade liberta', aparecerá.

sábado, 25 de julho de 2009

A JUVENTUDE NA BUSCA DA LIBERDADE




SOCIOLOGIA - Com a divulgação do IHA - Indíce de Homicídio do Adolescentes - pesquisa patrocinada pelo UNICEF/e Ministério da Justiça, em que demonstrou que a cada dia morrerá 13 jovensa até 2013 é necessário levantar algumas indagações frente as indignações, que a mídia corporativa (Globo, Marinho, S.Santos, Mesquista, Saad) e seus afiliados, não jogam tintas/imagens/sons para esclarecer.
A citada pesquisa embora delimita adolescentes na faixa etária de 12-17 anos, mas cabe investigar os jovens de 15-24 anos, ampliando a faixa. O homicídio juvenil aumenta. Eis algumas perguntas:
- Quais são as causas de tal fenômeno social?
- Quais equivocos os atores sociais (Estado, família, comunidade, sociedade) mediadores da juventude estão cometendo?
- As reflexões (PDE) e ações do Estado no ambito da educação sinalizam respostas as demandas do homicídio juvenil?

Acesse o site da Unicef e leia sobre o estudo do IHA http://www.unicef.org/brazil/pt/IHA.pdf ,
Acesse o site do MEC e veja o documento preparatório da Conferência Nacional da Educação - CONAE, www.mec.gov.br.

A partir de minha mísera experiência com jovens em situaçõa de risco (educador de rua, coordenador de projeto socioeducacional, projovem, e pesquisa sobre juventude, tenho a tese de que a razão de tal problemática está na busca da Liberdade. Os paradigma da modernidade e do neoliberalismo cimentaram conceitos e perspectivas de vida induzindo o jovem por caminhos obscuros, fragmentados e movediços.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Saida de Sarney do Senado e o Simulacro



Política. A saída do José Sarney da presidência do Senado após denúncia de improbidade administrativa e corrupção cuja mídia corporativa em uníssono blandiram nada mais é que um simulacro. O pedido da mídia e do senador mais sujo Arthur Virgílio (PSDB-AM) é uma forma de dissimulada de esconder os outros senadores envolvidos em tal ato ilícito.


Tal fato deve provocar uma reflexão essencial: qual o papel e função do Senado? Na atualidade é uma cópia precariamente feita da Câmara Federal. A forma de composição é hilariante, visa firmar oligarquia e cimentar o 'mandonismo' tão criticado por Raimundo Faooro, na clássica obra 'Os donos do poder'.

sábado, 27 de junho de 2009

Os modelos econômicos: neocon; proteção social; 'socialista'.


Economia. É notório no Brasil três modelos econômicos implantados, em processo de implantação e outro em projeto. O modelo econômico conservador/neoliberal, o de proteção social e sustentável, e o(s) 'socialista(s)' tentam construir justificativas na busca da sua factibilidade. O presidente Lula na sua passagem por Londrina (24/06) ao lançar o Plano Agrícola 2010-2011 disse que seu projeto é tornar a classe pobre em classe média e consumidora. Negou a diferença entre agricultura familiar e agronegócio. A parte a estratégia lulista de conformar o seu discurso conforme o público na busca da hegemonia ideológica evitando a fricção desnecessária para gestão do poder.


O programa político do PSDB na TV (dia 25/06) foi expôs a visão neoliberal de poder. As administrações públicas do PSDB e DEM primam pela implementação do modelo conservador de poder e neoliberal na economia, isto é, reforça os poderes dos oligargas locais nas relações do micro poder e nepostismo, e por outro lado a redução do Estado e ampliação do poder mediador do mercado.

Os ditos 'socialistas' debatem a proposta de um poder ideal longe da oligarquia nas relações de poder e de produção pela via da distribuição da propriedade e da produção. A marca do novo advém do fortalecimento do poder comunitário por meio da sociedade civil autônoma e independente. Se a política é a arte de tornar possível o impossível, descobrir o possível no impossível é a arte. Os socialista são entre aspas devido a diversidades de correntes.

Protesto contra a violência - os ricos: ja aos pobres aceitem.


Ao ler a manchete da Folha de Londrina (27/06/2009): Londrinenses protestam contra violência Assassinato de empresário mobiliza comerciantes; pela manhã, ato foi organizado por familiares de bombeiro morto em acidente , na condição de pesquisador sobre a violência infanto juvenil e reação da comunidade e sociedade, cotidianamente neste ano de 2009 vasculho jornais, revistas e faço contato com organismo sociais, percebo que a ideologia de exclusão social e de classe é predominante. A demanda por segurança pública pautada pela mídia é os da classe de cima. Todo dia morre várias pessoas inocentes, vítimas de crimes contra a pessoa ou a propriedade. É meramente citado em nota de página os jornais. Qual a classe dessas des-infelizes vítima? A classe dos de baixo - subalternas. Não há manifestação, mas sim acomodação, conformismo. É o destino. Não há nada da fazer. A mensagem é de que 'o fenômeno da violência social, a inoperância do Estado e de mobilização contestatória da sociedade é ineficaz considerando a 'força e poder' dos organismos e grupos de poder. Cabe ao subalterno, enquanto indivíduo ou grupo comunitário aceitar tal situação. Ao contrário da outra classe - os de cima - ou os do meio.
A eles a mídia amplia o som da ação contestatória. Em Londrina o Rádio Paiquere FM, por meio de seu diretor Ricardo Espinoza, autorizou o presidente do Conselho Municipal de Segurança, Claudio, a promover reunião com entidades da sociedade civil e organismo público para debater o assunto e proporcionará divulgação e apoio ao evento. Disse Espinoza: 'chega de falatório, é hora do fazetório'. Brilhante a atitude do radialista católico. Neste e outros eventos tem manifestado atitude favorável aos setores populares. Aos movimentos das comunidades a mídia, em geral, tem dedicado pouca atenção.
A reação da comunidade contra a violência, dos setores marginais da sociedade e do Estado, tem sido de criminalização. Em São Paulo na comunidade Heliópolis e n oRio de Janeiro a reação a violência policial foram tratados como ação de traficantes. Com as denúncias e a investigação promovida pelos setores dos direitos humanos somente na blogosfera houve espaço de divulgação e formação de idéias na relação juízo de fato x juízo ético.
O sentimento de quem indigna-se com a violência a qualquer pessoa - ceifando a vida, e percebe-se a seletividade é de revolta contra a mídia corporativa que é de classe. A classe dos de cima. O de baixo - subalternos - percebem tal ato que cimenta a 'apartação social' cingindo uma sociedade dividida sem dialogo e parceria na luta contra a desigualdade social, conforme artigo 3º na Constituição Federal.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O avião caiu a culpa é do Lula - ( mídia)

É Hilário começar um preanúncio do futuro proposto pela mídia. O avião caiu a culpa é do Lula, ou da Dilma. Se houvesse um top five da mídia, os 04 top primeiros dos governistas. E o 5º dos amigos dos governo. Entonces, hay gobierno, io soy contra. Há um reporter da grande mídia, kennedy alencar (Folha de São Paulo) que tem uma estratégia sutil de criticar acusando.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Petróleo é nosso, PSBD!


Atenção,
vamos participar da Campanha promovida pela Associação do Movimento dos Sem Mídia - MSM.

O bordão “O petróleo é nosso” foi criado pela Campanha do Petróleo, desencadeada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e por nacionalistas. Daquela campanha, nasceu a estatal petrolífera nacional, a Petrobras, em 1953.
O Brasil, desde aquela época, vem se dividindo entre nacionalistas e defensores do capital estrangeiro. Em 1938, o governo Getúlio Vargas determinou a exploração de uma jazida de petróleo em Lobato, na Bahia, dando origem ao Conselho Nacional do Petróleo. Desde então, as jazidas minerais passaram a ser propriedade do povo, sendo vedada a propriedade privada.
Criar a Petrobrás, no início dos 50, foi uma decisão acertada. Naquela época, o Brasil importava 93% dos derivados de petróleo que consumia. Hoje, somos autossuficientes.
O monopólio estatal do petróleo durou 44 anos. Foi quebrado em 16 de outubro de 1997 justamente pelo governo Fernando Henrique Cardoso e pelo partido que lhe dava sustentação, o PSDB, que agora, diante da maior descoberta petrolífera da história do país, novamente avança sobre o petróleo a fim de entregá-lo ao monopólio estrangeiro.
A CPI da Petrobrás, recém-criada no Senado Federal por iniciativa do PSDB e a mando evidente da eminencia parda da agremiação, o governador José Serra, é o mais novo avanço dos entreguistas de que falava Getúlio Vargas, aos quais o país se opôs e criou a empresa petrolífera.
Como disse recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a descoberta e o início das operações de exploração do pré-sal constitui a “Segunda Independência” do Brasil. Através dessa riqueza imensa que jaz em nosso litoral Sudeste, o Brasil poderá ascender ao Primeiro Mundo talvez em uma década, se conseguirmos manter a riqueza a salvo das garras tucanas.
Não é por outra razão que venho propor a criação da nova campanha em defesa das riquezas minerais brasileiras, sugerindo o bordão “O petróleo é nosso, PSDB!”
E, sem titubear, começo propondo o início dessa campanha num ato público em defesa da Petrobrás a se realizar o quanto antes diante do diretório estadual do PSDB em São Paulo, no bairro de Indianópolis, na avenida que leva o mesmo nome, pois o ataque à Petrobrás vem do mesmo partido que começou a entregar o petróleo brasileiro há 12 anos e que quer voltar ao poder no ano que vem para continuar sua obra nefasta.
Como sempre, dependerei de vocês para saírem pela internet propondo em sites e blogs a medida que anuncio aqui em defesa dos interesses nacionais.
Será um ato ao qual se pretende a adesão de partidos, sindicatos, movimentos sociais e da sociedade civil de forma geral. Diante do previsível bloqueio que a imprensa dará a esta iniciativa, só podemos contar com vocês, leitores, e com a força da internet.
Na semana que vem, novamente iniciarei contatos para difundir o ato público proposto. Desta vez, porém, será no âmbito maior de uma campanha que se espera que se espalhe pelo país.
Caso esta proposta receba as adesões minimamente necessárias dos leitores deste blog, novamente o Movimento dos Sem Mídia assumirá o compromisso de organizar outro ato em defesa da cidadania. E vocês, ao aderirem, comprometer-se-ão a difundir esta proposta onde possam - na internet, nas ruas, entre a familia, entre os amigos, onde cada um puder.
Primeiro em São Paulo, na terra da mente criminosa que está por trás de tudo isso, a mente obscura de José Serra. Depois, pelo país inteiro. A campanha deverá durar enquanto durar a CPI da Petrobrás, com atos públicos espalhando-se pelo país até chegarmos a um ato maior, que sugiro que seja feito em Brasília diante do Congresso Nacional.
Pronto, a sorte foi lançada. A reação, agora, dependerá de cada um de nós, de nosso empenho em difundir e defender os interesses do Brasil. Que Deus nos ilumine e ajude a manter as garras tucanas e reacionárias longe das riquezas nacionais.
_________________________
Contamos com a participação e criatividade na reação.
Prof. Joaquim

domingo, 17 de maio de 2009

'Mate o ladrão', por favor: a 'lógica sentimental' sem lógica.

Frente a noticia: www.bonde.com.br

16/05/2009 -- 15h20 - Homem é baleado após furtar moto em Cambé.


Leandro
Hoje, 01:27 - Post #1
Gente Tinha que ter matado!!! Assim que se Recupera vai roubar outras pessoas de Bem eu sou motoqueiro Ja passei por isso é a coisa mais horrivel do mundo! AFf Gente assim merece a punição mais severa Ser Morto! Ou pelo menos deixa alguem assim Tetraplegico pra nunca mais rouba! Revoltante isso!!

Comentário de Joaquim:

Leandro, o sentimento da vítima de um ato infracional é de revolta, e o sentidos aguçam uma reação I-RACIONAL, sem uso da razão. O ladrão, Eduardo Mello, move-se no ato de roubar sem uso completo da Razão. A sociedade, entre os membros, fez um Pacto Social escrita na Constituição (1988) e reordenada nas leis complementares e cabe aos representantes do Estado o uso da força. E todos devem respeitar o Pacto senão sofrerá as dores da lei. O Eduardo descumpriu e sofrerá com restriçao na Liberdade. O seu ato iracional é crime, designado como Apologia ao Crime de Extermínio, exercício arbitrário da força. Os traficantes fazem tal ato. Imagine, você atrasou o pagamento do energia eletrica, a Copel envia uma representante na sua casa e dá um tiro na sua cabeça. Vamos - pensar - estudar a pessoa do Eduardo, qual a sua história de vida, desde a infância e adolescência, juventude, família, grupos de amigo? O Estado, prefeitura, a família, a comunidade, sociedade proporcionou oportunidades, valores, princípios, educação, convivio saudável? Ele se acomodou e aprendeu valores errado, contra o Pacto. Por não aprender a usar a razão - refletir em profundidade - movido pela emoção, idéias imediatas de um 'outro im-becil' começou a roubar. Qual a diferença entre as idéias do Eduardo e a sua Leandro? Vamos fazer a 'Corrente do Bem", cada bem que fizer ele se multiplica. Participe de projetos sociais, da política elegendo gente do bem. Denunciando as injustiças, pois a Justiça é dos ricos. Então, não estou defendendo o ato do Eduardo, deverá sofrer os rigores da Lei. O Estado (no município, no estado, e União) não cumpre com sua função na totalidade, devemos eleger representantes para que altere tal situação a médio prazo. Use a razão.

sábado, 16 de maio de 2009

Uma análise sobre o trabalho a partir dos anos 80 percebemos o nexo entre educação para o trabalho e a socioprofissionalização. Vivemos uma crise do trabalho assalariado, com aumento da precarização e informalidade do trabalho. A noção de classe foi

sábado, 4 de abril de 2009

Política de Segurança, povo e política

Neste sábado (04/04) ocorreu na Audiência Pública sobre Segurança na Câmara Municipal de Cambé-PR, convocada pelo vereador Cecílio (PT). Encheu as dependências da Câmara, com a participação do prefeito João Pavinato, representante da Arquidiocese católica de Londrina, vereadores, delegado da policia civil e tenente da policia militar, e a técnica Aline representante da Secretaria de Estado da Criança e Juventude. Na plenária a participação de lideranças políticas, presidentes de associações de moradores, sindicatos, evangélicos, pastorais e outros. A audiência pública convocada para um debate ficou a desejar. Três questões destacam: primazia da política, participação popular, fragmentação e generalização do tema no debate.
Iniciou as aproximadamente as 9:00 horas e até as 11:09 minutos foi apenas de exposição, palestra das autoridades. Com o adiantado da hora a inscrição de fala do povo foi pontual. O diagnóstico do problema posto pelo delegado, Barroso - da 10ª DP de Londrina, de há 2.200 presos em Londrina, e as polícias assumem o papel de 'enxugar gelo' com carência de meios. Apontou diretrizes no primado de políticas públicas intersetoriais entre educação, cultura, saúde, segurança e trabalho e renda. Destacou a importância da participação popular. A fala do prefeito Pavinato que expôs a conexão entre segurança e família e sua evolução de história da cidade nos últimos 40 anos. Predicou a ação dos cristãos, no apoio as políticas de segurança, senão srá contraposto a identidade de cristão. No debate, Walmir Ferreira - morador do Jardim Tupi, contrapos dizendo que não se deve reduzir a ação dos cristãos, mas de todas as pessoas de boa vontade, seja evangélicos, cristãos e ateus.
A participação popular, com tempo reduzido de 2 minutos para pergunta aos membros da mesa, era notório que o povo queria discutir, debater o tema e indicar propostas. O evento careceu de cultura de participação livre, posta e proposta da sociedade civil, como superação do dualismo político: situação-oposição. Na história de Cambé raramente houve participação popular, que ultrapasse os 'corre-legionários'.
Concluiu-se com a proposta de Walmir Ferreira de constituir um Fórum Municipal Permanente de discussão sobre Segurança Pública. A história é uma construção. O novo só surge do 'parto'.

sábado, 28 de março de 2009

Caros alunos e colegas professores universitários,
caso seja leitores da (in)Veja, Folha de São Paulo, Isto é, e telespectadores do Jornal Nacional, Jornal da Band e telejornais da SBT e comunicar tais noticias aos alunos, sugiro ler o texto abaixo (site da Adital). Após a reflexão construa a sua idéia.
Prof. Joaquim P. Lima

A mídia e os movimentos sociais
Atualizado e Publicado em 27 de março de 2009 às 09:37
25 DE MARÇO DE 2009 - 13h01
Dez regras da grande imprensa ao abordar movimentos sociais
Convenções básicas (quem não cumprir está sujeito à demissão):Por Osvaldo da Costa, na Adital, via Vermelho
1ª) Toda ocupação de terra deve ser chamada de invasão
Ao invés de usar o termo adotado pelos movimentos sociais, "ocupação" – manifestação de pressão para o cumprimento da Constituição pelo Estado e denúncia da existência de latifúndios –, é mais eficiente para o objetivo de defesa do princípio da propriedade privada a utilização da palavra "invasão" – tomar para si pela força algo que não lhe pertence.Dessa maneira, implicitamente, estamos dizendo que discordamos dessa prática e a consideramos ilegal, e conseguimos gerar a sensação de pânico generalizado em todos os donos de propriedade, sejam elas rurais e produtivas, ou até mesmo propriedades urbanas.Observação: essa regra não é generalizável. Para os casos em que os Estados Unidos invadem países, destroem a infra-estrutura e matam a população, deve-se utilizar o termo "ocupação".
2ª) Regra do efeito dominó: fale só do maior para bater em todos
O acordo da grande imprensa é manter somente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na pauta dos noticiários, e evitar sempre que possível falar da existência de outros movimentos sociais. Para isso, quando se tratar de movimentos do campo, basta usar sempre a expressão genérica "movimento dos sem-terra", ou falar dos "sem-terra", sem mais detalhes.Se a pauta exigir o detalhamento do movimento, recomenda-se associá-lo sempre ao alvo principal, com expressões como "movimento dissidente do MST".Essa regra ainda colabora para a desunião entre os movimentos, pois os menores se incomodam pela invisibilidade e pelo fato de terem suas ações relacionadas sempre ao MST.
3ª) Reforma Agrária deve ser tratada como questão de polícia
Movimentos sociais e reforma agrária devem, sempre que possível, ser tratados na página policial, no caso de jornais impressos, e no bloco do crime e dos desastres, no caso dos telejornais.Caso não seja possível enquadrá-los na seção policial ou em espaço próximo, use títulos para editorias que lembrem o belicismo, como "campo minado". Não importa o que diga sua matéria, os títulos devem falar por ela, mesmo que não tenham relação com o conteúdo. Use tons sensacionalistas e fatalistas.
4ª) Nunca divulgue os artigos progressistas da Constituição Federal
Os artigos da Constituição Federal que tratam da função social da terra, que integram o código agrário – 184 a 191 – nunca devem ser mencionados em reportagens sobre os movimentos sociais, para evitar a compreensão de que a ação de invasão de terras pode ter algum respaldo legal.É sempre recomendável lembrar da lei de Segurança Nacional e da necessidade de uma legislação contra o terrorismo no Brasil. O termo "Estado de Direito" é ideal para isso. Considere qualquer manifestação uma afronta ao Estado de Direito, mesmo que ele seja apenas o Direito do Estado.Se falar do Estado de Direito e suprimir os artigos progressistas da Constituição não for suficiente, convém colocar as reportagens próximas à cobertura de ações terroristas ou, levantar a suspeita de que há relação do movimento social com uma organização terrorista ou guerrilheira estrangeira.Conjunto de regras para serem selecionadas e aplicadas conforme a conjuntura exigir:
5ª) Levante a bola para o oportunista de plantão
Não é verdade que o papel da imprensa é apurar a verdade dos fatos. Todo aspirante deve saber que a imprensa tem poder para gerar os fatos.Além disso, apurar fatos implica em sair da sua cadeira e nem todos eles podem ser apurados por telefone. Basta fazer uma reportagem suspeitando de algo, e procurar um oportunista que queira protagonizar a indignação pública para a suspeita ganhar dimensão de notícia.Sempre há alguém à disposição esperando para se deslumbrar com as luzes dos holofotes. O exemplo bem sucedido mais recente foi o caso da requentada pauta da suspeita da legalidade do financiamento público para cooperativas da reforma agrária, em que o presidente do Superior Tribunal Federal (STF) desempenhou o papel de porta-voz da bancada ruralista, dando respaldo para a suspeita, e de quebra, aproveitando para atacar o governo federal.Se não houver ninguém do Judiciário ou algum deputado, não importa, qualquer um, sem nunca ter ido a um assentamento ou acampamento pode ser transformado em "especialista" em questão agrária: sociólogos, filósofos e até jornalistas.
6ª) Nem sempre devemos apurar os dois lados da notícia
Quando já conseguimos incutir um pré-julgamento na opinião pública sobre o caráter marginal das ações dos movimentos sociais, podemos reforçar essa opinião entrevistando somente o lado agredido pelas ações, as vítimas dos movimentos. Fica implícita a informação de que, como os integrantes dos movimentos são foras da lei, quem deve escutá-los é a polícia e o poder judiciário. Se ainda assim tiver que ouvi-los, seja breve e descontextualize a frase.
7º) Não deve existir noção de historicidade, nem de causa e conseqüência em nossas reportagens
Não abordar as razões da ação dos movimentos sociais, evitar a divulgação da nota à imprensa. Não importa há quanto tempo às famílias estejam acampadas, quais promessas foram feitas pelo governo, se a terra é do banqueiro que saqueou os cofres públicos ou do coronel que vive do trabalho escravo. Se detenha nas conseqüências da ação.
8°) Dramatização da repercussão das ações dos movimentos sociais
Retire o foco das motivações estruturais e causas históricas e centre a abordagem nas conseqüências para os indivíduos donos ou empregados das propriedades invadidas ou atacadas. – fale do prejuízo econômico para o proprietário, e se possível faça uma entrevista com o mesmo ou com um familiar próximo para mostrar a comoção da família diante do ataque bárbaro. É importante mostrar o estado de choque emocional, e o ideal é que a pessoa esteja chorando. – surte grande efeito a entrevista com trabalhadores da fazenda ou da empresa. O maior exemplo é o caso da ação no horto da multinacional Aracruz no Rio Grande do Sul, em que uma técnica de laboratório se fez passar por pesquisadora e, em prantos (!), afirmou que a destruição das mudas de eucalipto acabou com mais de vinte anos pesquisa.Nesse caso, as reportagens conseguiram colocar os movimentos sociais como contrários à ciência e ao desenvolvimento tecnológico, evitando a pauta concreta da ação, que se centrava na expansão ilegal das terras da empresa e na depredação da natureza com o monocultivo de eucalipto.
9ª) Campanha de desmoralização permanente dos movimentos sociais
É sempre bom manter semanalmente pautas de desgaste aos movimentos sociais, mesmo que não haja uma ação que renda manchete. Nesses casos, a regra é trabalhar com associação, encaixando uma reportagem que fale sobre um movimento após ou entre matérias que falem, por exemplo, de casos de corrupção no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), venda de terra e desmatamento em assentamentos da Amazônia Legal, etc.Bata nas mesmas teclas, insista nas mesmas teses permanentemente, mesmo que elas já tenham sido usadas antes. Insista, por exemplo, que o MST irá romper com o Governo Lula desta vez, mesmo que o movimento afirme e demonstre desde o primeiro dia de governo que nunca esteve atrelado.E quando não for possível tomar como alvo os movimentos sociais, vale mirar nas bandeiras de luta deles, alegando estarem ultrapassadas, deslegitimando-as como parte da solução atual para os problemas do país. Nesse caso, pode-se até reconhecer o valor histórico que bandeiras como reforma agrária cumpriram no Brasil e em outros países, mas deve-se usar essa manobra apenas para recusar essas propostas no presente.
10ª) É fundamental saber manipular a dimensão subjetiva do telespectador ou do leitor
Não é apenas com a manipulação dos fatos e com a edição das entrevistas que podemos influenciar na interpretação que os nossos consumidores farão. Na TV, a expressão facial e o tom de voz dos repórteres, dos comentaristas e, sobretudo, dos âncoras, é determinante. A adoção do semblante sério e do tom de voz grave deve indicar a importância do tema.Além da performance dos jornalistas como atores, é recomendável que o pano de fundo do cenário também traga imagens que gerem medo e desconfiança. O exemplo do Jornal Nacional é o mais ilustrativo: para falar da reforma agrária e dos movimentos que lutam por ela: aparece uma cerca rompida e três vultos disformes – "afinal não são pessoas, são sombras" –, empunhando ferramentas de trabalho como se fossem armas, numa ação de invasão da propriedade (e da casa do espectador).

domingo, 22 de março de 2009

Europa acusa do Brasil por não aceitar lixo - pneus europeus.

O Brasil importa pneus da Europa. Rompe o contrato de importação e a OMC - Organização Mundial do Comércio ameaça retaliar o Brasil por priorizar a comércio com o Mercosul. Diz a orgão com sede em Bruxelas que tal atitude é protecionismo.
A Comunidade Europeia ainda acredita que o Brasil é uma 'colônia' de depósito de lixo. O livre comércio é uma princípio liberal que os liberais o respeitam conforme os interesses.

O jornal 'Diário de Portugal' , neste domingo(22/03), afirma que Hugo Chávez já tinha assegurado que a crise mundial do capitalismo não tocaria «nem sequer num único fio de cabelo» da Venezuela, mas a verdade é que o líder acabou por ceder ao anunciar uma redução de 6,7% no orçamento aprovado para 2009. Em causa está a quebra dos preços do petróleo a nível internacional.
Segundo o jornal «El País» deste domingo, o orçamento do Estado venezuelano foi cortado em cerca de 5 mil milhões de dólares para os 72,73 milhões de dólares, em resultado de uma revisão de 60 para 40 dólares no preço médio do petróleo e uma produção prevista de 3,17 milhões de barris diários, menos 500 mil face ao projectado anteriormente.
Chávez anunciou ainda dois novos decretos presidenciais que têm como meta baixar os gastos «sumptuários» e controlar os salários na administração pública, num ano marcado pelo endividamento interno.
Para equilibrar a perda de receitas petrolíferas, o líder avançou que o IVA subirá três pontos, ou seja, dos 9% para 12%.

Comentário:

A Comunidade Europeia - por extensão Portugal - borra de medo do novo modelo econômico e político em germe na América do Sul. Com a vitória da esquerda, p.p., em El Salvador (América Central) junto com Nicaragua, agiganta a paura dos 'colonizadores'. A imprensa e mídia nas grandes corporações brasileira de mentalidade colonial replicam o medo. O desconhecido produz medo.

domingo, 8 de março de 2009

O estuprador criança grávida que em PE, quem o defende?

    • Visto que agir injustamente não implica necessariamente ser injusto, devemos perguntar quais são os atos injustos que tornam o seu autor injusto em relação a cada tipo de injustiça (por exemplo, um ladrão, um adúltero ou um bandido.(Aristóteles, filósofo. Ética a Nicômaco, Livro V,6).

O padrasto que estuprou a menina de 9 anos no nordeste pernambucano, que necessitou abortar os filhos gêmeos, e o bispo católico excomungou o médico por praticou aborto, foi tratado como bicho, mas não foi excomugado pelo clérico.

Quais razões, motivos, sentidos, o por que do agir de tal pessoa.

Estuprador: - ver no
dicionário:

sub.
aquele que comete estupro
contra;
desflorar;
violar.

Para julgar é necessário articular JUIZO ÉTICO COM JUÍZO DE FATO.

Quais fatores, condicionantes que levaram o padrastro ao agir imoral? Qual a sua história de vida? Qual a educação? Quais os vazios e ausência da família, da comunidade e do Estado na formação da personalidade sadia do estuprador?

A história de vida e a vida na história da padrasto continuará. É possível restituí-lo ao convívio social. O pacto, contrato firmado pela sociedade e as pessoas, foi desrespeitada. Será que antes a sociedade não o desrespeitou.

Tais assertivas não servem como des-culpa (negação de culpa) para o agente causador de sofrimento a criança, mas é necessário articula-lo para evitar a hipocrisia e o cinismo. O causador de injustiça é um ser humano, e deve ser tratado como tal.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A FSP(Folha) chama da Ditadura de Ditabranda, vergonha


NO dia 17/02 a Folha de São Paulo em Editorial qualifica o período da Ditadura (1964-1985) de Ditabranda. Dois professores da USP (Dr. Fábio Comparato e a Drª Maria Victória Benevides) contesta o termo. No dia 20/02, em Nota, o Otávio Frias Filho (proprietário da FSP) riduculariza os professores e outros leitores. Por participar do processo de luta contra a excesso do poder do Estado Militar na década de 70 e 80, e por sofrer as consequências do apoio da Folha a Operação Bandeirantes em São Paulo, apoiamos o Manifesto contra a Folha, impulsionada por professores, intelectuais e militantes. Convoco-o a refletir e assinar o manifesto 'Repúdio e Solidariedade"
http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html.

Divulgue.
Lembre-se do discurso de Martin Luther King:
“O que me preocupa não são os gritos dos maus, é o silêncio dos bons”

sábado, 21 de fevereiro de 2009

É isso aí - eu não vou deixar de te olhar (os pobres)

Linda a Música: ''É isso aí!" de Ana Carolina e Seu Jorge.
Ao ouvir a música citada com as brilhantes vozes dos poetas acimas evoquei a imagem dos 04 adolescentes de rua que os encontrei as 22:30 h. ao retornar da Faculdade que sou professor, no sinaleiro parado, ao passar disseram: "oi tio Pio", o sinal abril e fui embora. E o Seu Jorge continua cantando a música que diz: 'Eu nao vou deixar de te olhar'.

Garantir Renda Mínima para Todos


Renda Cidadania

de: Tivibrasil.blog -
As intenções da Categoria “Renda de Cidadania”
Idéia Fora de Lugar? Nem direita nem esquerda?
Parece uma idéia louca: Garantir uma renda básica para todos, independente de cor, credo, condição social, idade…e sem qualquer contrapartida.
Não segue a lógica sobre a qual nossa civilização se ergueu.
Uma idéia aparentemente fora de lugar.
Agride, particularmente, o credo estadunidense do “hard work”.
Parece um incentivo à vagabundagem.
É mal vista pelos patrões, que temem ter que elevar salários.
Alguns sindicalistas também destestam a idéia porque temem que rebaixe os salários.
No entanto, há grupos pelo mundo que a discutem seriamente.
Grupos dispostos a avaliar todos os argumentos, prós e contra.
Sabemos que não há experiência civilizatória suficientemente grande para afirmações peremptórias.
Não passamos ainda pelo teste da prática, num sentido amplo (A experiência do Alaska é importante para estudos mas tem muitas peculiaridades, próprias de um estado pouco povoado e com muito petróleo).
No entanto, o crescimento da capacidade de produção, a destruição dos recursos naturais, a vida dura de bilhões de humanos, a loucura civilizatória, a desilusão do comunismo real e do capitalismo real, abrem espaço para a proposta.
Ao menos para o estudo da proposta.
As crises cíclicas do capitalismo tem um pano de fundo em comum: a desproporção entre a capacidade de produzir bens e a capacidade de consumí-los.
Seja qual for a causa que detona uma crise específica. O pano de fundo está lá: Concentração de renda, real e fictícia, miséria no entorno da riqueza.
Abraçar a idéia, como abraço há muito tempo, não a justifica nem revela o leitmotif. Afinal qual o sentimento profundo que me leva a abraçá-la?
Não me movo pelo sentimento religioso. Se o homem é o único ser à imagem e semelhança de deus, a renda básica poderia se justificar por aí.
Não me movo pelo humanismo.
Se a crença de que o humano é sagrado, a renda básica poderia se justificar por aí.
Se acreditasse que todo homem e toda mulher são bons e agradáveis, a renda básica poderia se justificar por aí.
Se nutrisse um amor por toda a humanidade, a renda básica se justificaria por aí.
Espanta-me a rapidez como um povo oprimido se torna opressor, como elites e povos colonizados querem se colonizadores.
Após longos anos, deixei de ser humanista.
Sou movido pelo sentimento de que a “vida é um sopro” (apud Oscar Niemeyer).
Até onde vemos, estamos sós. Temos apenas a nós mesmos para partilhar o desemparo mais profundo frente à insignificância da nosso tempo de vida.
A experiência histórica desmoralizou (mas não destruiu) mitos que dominaram nossas culturas: o privilégios dos reis, a meritocracia (ver Nassim Taleb), o destino divino dos povos, a missão libertadora da classe operária para toda a humanidade , e muitos outros.
Então, como se declarar para o mundo?
Simples. Se depender de mim, a imensa capacidade produtiva alcançada pelo progresso tecnológico, com banhos de sangue, carnificinas e massacres dignos da mente mais doentia, teria um pressuposto: renda básica para todos, pelo simples fato de existir num mundo dos homens em que a propriedade particular é garantida por leis e pela força.
É uma idiotice achar que muitos ficarão satisfeitos com a renda básica e não irão trabalhar. Não é esta a realidade.
Pode ser que alguém que receba, digamos R$ 200,00 por mês de renda básica não queira trabalhar para receber R$300,oo. Experimente oferecer R$600,00. Experimente oferecer um trabalho decente.
Pessoas que ganham R$ 4.000 se esforçam para ganhar R$ 6.000,00.
Pessoas que ganham R$ 480 se esforçam para ganhar R$ 520,00.
Você é capaz de conceber que milhões de brasileiros que passam horas na condução para ir ao trabalho, passam pela mais absurdas humilhações, movidos pelo desejo de ter segurança financeira e um consumo básico, vão se conformar com uma renda menor do que o salário mínimo?
A Xuxa, o Daniel Dantas, os Marinhos, os Frias, os Mesquitas, vão parar de trabalhar? Você vai parar de trabalhar?
Talvez um ou outro mais preguiçoso pare. Mas uma minoria não deveria impedir o direito da maioria. Não é porque existem idiotas políticos que vamos impedir a maioria de votar, não é mesmo?
O quanto isto custa? O quanto isto poupa?
Os americanos não nascem mais num país a ser desbravado, com opurtunidades vastas, terras ao alcance da mão e da espinguarda que, tão rapidamente, arrasou povos indigenas.
Muros cercam a outrora terra das oportunidades, por dentro e por fora.
Não nascemos mais num mundo de águas limpídas, terras públicas, de farta coleta. Todos pagamos um preço pelo progresso.
Se entrar numa floresta pública para caçar ou morar posso ser preso, condenado e enjaulado.
Ter uma renda básica garantida não é nada inédito, para alguns poucos.
Nossa sociedade aceita o ócio dos agraciados pela sorte. Na megasena ou na loteria da vida, da genética.
Muitos herdeiros viveram, e vivem, com muito mais do que uma renda básica, sem qualquer contrapartida. Apenas pela sorte de terem nascido reis, príncipes ou filhos de milionários.
Aqui o ócio pode ser destrutivo. Pais ricos, filhos pobres. Vício e perdularismo. Esnobes gastadores. Nada a ver com uma renda básica.
O ócio, se houver, da renda básica não é destrutivo. É ermitão. Contemplativo. Não há riqueza a destruir. Há recursos a poupar.
Uma renda básica dá liberdade. Liberdade para dizer não à humilhação. Liberdade para um estudante decidir estender seus estudos, em troca de uma vida temporariamente frugal.
Liberdade para um pedreiro querer aprender a tocar música.
Não será o paraíso. Provavelmente a família de algum pedreiro irá se atormentar e atormentar o pedreiro que deixar de trabalhar, por um tempo, para ser músico por um tempo.
Pode haver até morte por causa da renda básica.
Há mortes por causa dos automóveis. Com certeza bem mais do que haveria pela renda básica. E nós não banimos os automóveis.
À esquerda e à direita pululam críticas contra a Renda Básica.
O ideólogo da TV Globo, por exemplo, defende a tese de transferir renda apenas para os que passarem por testes antropométricos que comprovem os efeitos da fome.
Setores da esquerda acham que o povo tem que se organizar em comitês para consquistar e decidir quem receberá a transferência.
Algo como “só a luta conquista sem assistencialismo”.
Este raciocínio, estendido para a saúde e a educação, colocaria a obrigação para o povo se organizar em comitês para ter escola e posto de saúde.
À direita e à esquerda, há uma subestimação da luta política, aquela que organiza e dá forma à sociedade que queremos viver.
Meu leitmotif: uma postura frente a vida, que leva em conta a nossa experiência histórica, a nossa fragilidade frente ao universo e ao tempo.
Então, os posts sobre renda básica ficarão agrupados nesta categoria. Foi dada a largada. Participe.
PS: Haverá uma página vinculada a esta: Bolsa Família. Participei das discussões que criaram o programa. Tenho muitas recordações.
Aprendi demais com os participantes daquela empreitada. Não quero deixar o aprendizado perdido nos palimpsestos da minha cada vez mais frágil memória.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Venezuela, Chaves, referendo e os sinais

O professor Emir Sader (RJ) expoe, alguns sinais: 1º - por que o Chavez ganhou, neste domingo (15/02) no referendo da Venezuela? A pobreza extrema foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade, que subiu de 40 a 60%. O analfabetismo foi erradicado. A taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O consumo de alimentos subiu 170%. Estas são razões econômicas. Há um crescimento de confiança. É notória as duas classes: os pobres, maioria, e os 'esquálidos', ricos e médios, minoria, denominados por Chaves.
Os povos com origem espanhola sentem necessidade de um lider, e a ação histórica é coletiva impulsionada por um Lider.
O 2º sinal: os 46% de votos 'Não', obtido pela oposição é sinal de um grupo que tende a crescer, e impulsionará duas atitudes de Hugo Chaves, desenvolver políticas públicas de Estado para a maioria e legitima-la por meio de eleições. A outra medida será por meio das coerção e força. A experiência dos sandinistas em 1979-86 foi dramática. O processo de representação política democrática só és validos se houver campo de luta. No Brasil só é possivel o caminho eleitoral porque os donos do poder acreditam que com Lula, que os consideram de cento-esquerda, social democrata é possível o capital crescer com consenso de baixo para cima sob comando da classe dos de cima evitando convulsão social. Na Venezuela tal hipótese não é possível porque o representante do Estado faz uma opção preferencial por um dos lados. O conflito é latente.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Movimentos Sociais: contradição e não-contradição.


No Fórum Social Mundial - Belém/PA, janeiro p.p. o lider do MST, João Pedro Stédile criticou o governo Lula, a via eleitoral para produzir mudanças.
No encontro entre os presidentes da Bolivia, Venezuela, Equador e os movimentos sociais, o presidente Lula não foi convidado. Por quê? Alguns jornalistas, jornalistas mesmo, criticaram, tal como Gilberto Marigoni - da Agência Carta Maior (ver http://www.cartamaior.com.br/ ). A mídia das corporações não é se conta tal crítica, pois sabemos a postura. Eis algumas questões que tal fato des-cobre: os movimentos sociais estão se sectarizando? quais as viabilidades fáticas das lutas das esquerdas? Quais os caminhos: reforma - transição - democracia - revolução?
A sectarização, faço a leitura de que esconde alguns pressupostos filosóficos. Tenho a ligeira percepção que alguns membros dos movimentos sociais (o que é mesmo: movimentos sociais? organizações sociais?)não conseguem articular A CONTRADIÇÃO (dialético), e assumem a postura de NÃO-CONTRADIÇÃO(idealismo/realismo). E esta produz a cegueira e o dogmatismo. Alguns 'se acham' perto do Escaton (Céu), e os outros do Gheol (Inferno). Superar o platonismo e fazer da política a arte de tornar possível o impossível é um desafio. Contraditoriamente, João Pedro Stédile, tenta puxar os representantes governamentais para 'frente' - produção de mudanças - ciente do limite do Estado. Não se pode confundir o real com o desejo. 'O futuro já não é o que era'.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bolsa Família: aumento estimulará a economia

O economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que a expansão do Bolsa-Família anunciada esta semana pelo governo federal poderá ajudar no combate à crise econômica entre os mais pobres. Para ele, ao expandir a distribuição de dinheiro em setores em que é mais alta a propensão para gastá-lo, a iniciativa, além de combater a pobreza, estimulará a economia, compensando em parte a redução do crédito. “Essa é uma medida adequada”, Néri destaca o efeito “direto e potente” do programa sobre a redução da desigualdade no País, mas reconhece que, nas pesquisas sobre o Bolsa-Família, a hipótese de que gere acomodação nos beneficiários não foi afastada.
Abaixo, trechos de uma entrevista concedida ´por e-mail ao Estadão, na última 6ªfeira (dia 30/1)
Expandir o Bolsa-Família é uma escolha correta?
O que se pode dizer é que não existe programa de transferência de renda no Brasil mais bem focalizado que o Bolsa-Família e seus antecessores. Por exemplo, cada real gasto no Bolsa-Família tem 2,5 vezes mais chances de chegar ao pobre que cada real gasto com o reajuste do salário mínimo na Previdência. Além disso, agora o mundo está keynesiano, no sentido de que a falta de demanda agregada é o que tem de ser combatido. Essa opção implica não só combater a pobreza, mas destinar recursos para onde a propensão de gastar o dinheiro é mais alta. Ainda tem um bônus, você injeta moeda onde ela é mais escassa, gerando um efeito lubrificador na demanda, que compensa em parte o efeito da contração de crédito.Foi correto o critério adotado, aumentar em R$ 17 o teto de renda per capita dos possíveis beneficiários?Você está incluindo os mais pobres que não estavam no programa. Esses R$ 17 reais a mais levam os valores do critério muito próximos da nossa linha de miséria calculada pela FGV há anos (exceto que a nossa varia pelo custo de vida entre regiões R$ 142 em São Paulo, mas R$ 134 na média no Brasil). Logo, eu não poderia ser contra esse número cabalístico.
Não seria mais correto investir o dinheiro em ajudar quem já está no programa a não precisar mais dele?
O menor custo hoje para aliviar totalmente a pobreza no Brasil é de R$ 21,3 bilhões no ano. Isso é quanto custaria para completar a renda de cada brasileiro até a linha de R$ 134 reais/mês. Agora, transferências de renda têm forte efeito no curto prazo, é preciso de ações estruturais que aumentem a capacidade dos pobres gerarem sua própria renda a prazo mais longo. Mas talvez o que se queira agora seja um efeito de curto prazo em época de crise.
O Bolsa-Família não pode estimular a acomodação?
O programa pode levar à acomodação. Alguns estudos anteriores rejeitaram esse efeito no Brasil e no México. Nos nossos últimos estudos, estamos achando efeitos desse tipo. Ainda é prematuro afirmar, mas nós não conseguimos rejeitar a hipótese de que que há efeito-preguiça derivado do Bolsa-Família. Nossos resultados quantitativos estão em linha com relatos que escuto da população mais sofrida. Por exemplo, “se eu conseguir um emprego formal, eu sou excluído do programa, então eu não busco emprego formal”. Isso preocupa e precisamos de desenho mais arrojado para combater essa e outras limitações.
Quais são os efeitos do Bolsa-Família na redução da desigualdade?
No que tange a redução da desigualdade de renda o efeito é direto e potente. Cerca de 40% da inédita queda da desigualdade ocorrida a partir de 2001 se dá pelo efeito Bolsa-Família. Há impactos positivos sobre os beneficiários do programa, como aumento da matrícula de 3 pontos de porcentagem e na frequência escolar. Agora a extensão recente das condicionalidades educacionais até a faixa de 17 anos é promissora, pois só 74,5% destes estão na escola.
Se o programa tem resultados benéficos, a que atribuir as reações contrárias, a grita contra ele e contra sua ampliação?
Há uma grita interna, mas de natureza diferente daquela que houve contra os programas Fome Zero ou Primeiro Emprego, do qual participei desde a primeira hora. Esses programas caíram pois eram mal desenhados. Já o Bolsa-Familia foi criticado por alguns desde seu nascimento, mas hoje ainda não só se expande no Brasil, como em outras partes, inclusive nações desenvolvidas, vide o programa em Nova York. O programa nasceu forte e vai evoluindo ao longo do tempo. Estamos já no Bolsa-Família 2.0.
Escrito por Bob Pierce Jr & Edu às 16h54

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Educação: os engodos de mudanças aos pessimistas.


Caros amigos,


A complexidade do real coloca-nos, enquanto classe média, num clima de Pessimismo e ceticismo. O francês Edgar Morin, em "Os sete saberes necessário a educação do futuro,2000, p.36, aponta que a educação não é tudo. Não é solução para todos os problemas. Pior ainda se entendermos (reduzir)educação como escolarização. Nossa história recente de presidente não aponta resultados: Collor (2 graduação) FHC (doutor em sociologia) e nos governos destes o país caminhou para trás, particularmente perdi imóveis nestes dois governos. O presidente que tem medo de enfrentar a classe dominante e a mídia, Lula(ensino fundamental incompleto), com seus limites proporcionou melhorias para a classe das maiorias - os pobres. Os dados apontam tal fato, exceto para os cegos ideológicos, isto é, a ideologia é a trave(cata(r)rata) nos olhos. Os estudante de Medicina da UEL que promoveram baderna no HU, no final de 2008, não serve como exemplo. Os milhoes da corrupção do colarinho branco, os Dantas, os Gilmar Mendes, iria colocar o José Dirceu, do caso denúncia do Mensalão, mas não é justo, pois não foi transitado e julgado.
As mudanças a serem efetivadas no Brasil ocorrerá mediante mudanças na área estrutura econômica, cultural, política. A educação no modo de produção capitalista, neoliberal - (sendo o neoliberal, modelo ja falido, bem como o socialista no molde Estado leninista-burocrático)não funciona para compactuar os interesses de todos, digo TODOS. O 'Deus' Mercado é um engodo. Crise financeira mundial é fruto do paradigma do mercado como regulador. Sabemos e sofremos o resultado: a)- o papai - Estado - transferiu trilhoes de US$ para o capital, a revelia dos serviços públicos de saúde, educação, assistência social, segurança; b)- aumenta o desemprego para os trabalhadores e as grandes empresas não aceita diminuir a taxa de lucro, a despeito das bonanças nos anos anteriores.A educação não será solução se tivermos como modelo de educação para o trabalho ou qualificar mão de obra para fortalecer o capital a extrair mais valia. Este modelo de educação tem como princípio a naturalização da Desigualdade e o Individualismo Metodológico: 'seja (1ª pessoa do singular) um vencedor'!!! A lógica de Vencedor-perdedor(minúscula)desdobra-se na criação de grandes 'periferias excluidas' e essas reagirão com violência. As instituições sociais com a competência de socializar ou 'domesticar' para o convívio social e comunitário: família, igrejas, escolas, não respondem as demandas psico-patológicas das periferias excluidas, pois estão com paradigma antigo, desajustado. Na lógica da morte prefiro a lógica dos de baixo (maioria) que um deles (classe dos de cima) morrem a revelia de grande número dos de baixo.Em suma, A educação só produzirá mudança se inseri-las no quadro de mundanças na forma de propriedade, de produção, de consumo, distribuição de bens e serviços. Concordo que, os donos da riqueza dever ser re-educados. Eles tem responsabilidade com os de baixo. Não adianta de RSE como marketing, campanha sentimental, momentânea de solidariedade. A fome continua e volta para Matar.
Prof. Joaquim P. de Lima

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Frases do Fórum Social Mundial -2009. Belém.

O Fórum Social que iniciou em 27/01. Aí vai o Fórum em frases:
Aqui tem verde.
Lula, cadê a garantia do emprego?
Viva a Resistência do Povo Palestino.
Eu vim para trabalhar, não para morrer.
Un mondo diverso è possible.
PT contra a guerra.
Não às barragens de Belo Monte e do Xingu.
Vamos Amazonizar o mundo.
Regularização das terras quilombolas.
Trabalho escravo: vamos abolir de vez.
Sindicato pelo trabalho decente.
Abaixo a rede Globo.
Palestina Livre.
Samba, índios, samba.
Apresentação do documentário Mataram Irmã Dorothy.
Sem Intolerância.
Presença anglicana no Fórum.
Marcha da Maconha.
Trabalhadores não podem pagar pela crise.
Por espaços mais justos e sociedades mais humanas.
Italianos carregam bandeira da Palestina.
Pra lutar contra Lula e os patrões: construir uma nova central sindical.
Conlutas: todo apoio ao povo palestino.
Intoxicados da FUNASA – lutar pela vida é lutar pelos direitos humanos.
Economia Solidária: outra economia acontece.
Reforma Urbana.
Não à corrupção.
Povo na Rua, trabalho escravo nem pensar.
Caravana carbono neutro.
Movimento agroecológico América Latina e Caribe.
Coletivo contra Naturas: radicalidade lesbiana.
Virgem de Nazaré, na terra de direitos onde não está a justiça.
Rede da juventude pelo meio ambiente sustentável.
Respeitabilidade religiosa.
www.rosalux.de Los Derechos Humanos son para todas las personas.
Aldeia da paz.
Visión para um nuevo mundo.
A violência é apenas uma consequência da desigualdade social.
Sim, um outro mundo é possível, sem usinas termelétricas: não à U.T.E. da Vale.
Todo dia é dia de luta pela saúde.
Um mundo de direitos.
www.amisrael.com.br
Resistentes e Teimosos na construção de outro mundo possível.
Movimento Nacional pela Moradia Popular.
The right to know, the right to live, government money is our money.
SOS Saúde Mental (bordado sobre pano verde).
Pela saúde pública e universal para todos os povos.
Crítica Radical: Fora Política, não vote.
“Capitalismo é para morrer, não adianta o estado socorrer”.
Que crise é essa?Não às fundações de direito privado.
VEM= Vegetarianos em Movimento.
Apocalipse 3:20.
AHE Belo Monte: energia para nossa gente.
Palestina livre e soberana.
Aborto é um direito.
MaMuMu. Igualdade.
Chega de massacre e genocídio.
Liberdade de amar é um direito.
Kizomba: nosso planeta não está à venda.
Queremos o título definitivo.
Saneamento básico e segurança.
Escola de samba planetária.
Não à redução da maioridade penal.
Cachorro quente + suco = 1,50.
Socializar a riqueza para combater a desigualdade.
Por outra imagem da mulher na tevê.
Feministas contra o capital.
Feministas contra o racismo.
Pela vida das mulheres.
Direito ao nosso corpo, legalizar o aborto.
Cuidado, racismo mata.
Povos da bacia do rio Madeira no FSM 2009, não às empresas na amazônia.
Não há direitos humanos sem as mulheres.
São culpados pela crise: BID, Banco Mundial, FMI.
O mundo discute suas diversidades – Conselho Municipal de Saúde de Manaus.
Outro mundo amazônico é possível.
O Maranhão exige respeito.
Sarney Nunca Mais.
“Ni guerra que nos destruya, ni paz que nos oprima”.
“Segura, segura imperialista, a América Latina vai ser toda socialista!”

Prof. Joaquim

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial, Belém Brasil: preparação

POLÍTICA. No mundo há três concepções social-políticas que orientam o agir das pessoas: 1. neoliberal - neoconservadora; 2.liberal; 3 e a altermundialista. A primeira esta em crise, a segunda redesenha e a terceira refaz, refunda princípios e re-organiza forças.
Compreender os princípios de tais movimentos é uma das formas de sobreviver com razão. Abaixo um texto que aponta os princípios da concepção altermundialista:

O Fórum Social Mundial e a crise da globalização
O fracasso do fundamentalismo de mercado amplia as tentações autoritárias e xenófobas — mas também abre novas oportunidades. Distribuição de renda, nova geopolítica internacional e regulação pública das finanças e reinvenção da democracia estão na agenda. Só será possível avançar propondo alternativas.
Gustave Massiah
O Fórum Social Mundial (FSM) de Belém abre um novo ciclo do movimento altermundialista. O FSM acontecerá na Amazônia, no coração da questão ecológica planetária, e deverá colocar a grande questão sobre as contradições entre a crise ecológica e a crise social. Será marcado ainda pelo novo movimento social a favor da cidadania na América Latina, pela aliança dos povos indígenas, das mulheres, dos operários, dos camponeses e dos sem-terra, da economia social e solidária.
Esse movimento cívico construiu novas relações entre o social e o político que desembocaram nos novos regimes e renovaram a compreensão do imperativo democrático.
Ele modificou a evolução do continente, mostrando a importância das grandes regiões na globalização e diante da crise de hegemonia dos Estados Unidos. O movimento altermundialista deverá também responder à nova situação mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização capitalista.
O movimento altermundialista em seus diferentes significados é portador de uma nova esperança nascida da recusa da fatalidade. É esse o sentido da afirmação “um outro mundo é possível”. Não vivemos nem “o fim da História” nem “o choque de civilizações”.
Ao longo dos fóruns, uma orientação estratégica se consolidou: a do acesso aos direitos fundamentais para todos. Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades ao mercado mundial
A estratégia desse movimento se organiza em torno da convergência dos movimentos sociais e pela cidadania que enfatizam a solidariedade, as liberdades e a paz. No espaço do FSM, eles comparam suas lutas, práticas, reflexões e propostas. E constroem também uma nova cultura política, fundada na diversidade, nas atividades autogeridas, na partilha, na “horizontalidade” em vez da hierarquia.
Ao longo dos fóruns, uma orientação estratégica se consolidou: a do acesso aos direitos fundamentais para todos. Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades ao mercado mundial por meio da regulação pelo mercado mundial de capitais.
À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos direitos fundamentais. Essa orientação comum ganha sentido com a convergência dos movimentos e se traduz por uma nova cultura da transformação que se lê na evolução de cada um dos movimentos.
Os debates em curso no movimento enfatizam a questão estratégica. Ela põe em relevo o problema do poder, que remete ao debate sobre o Estado, e atravessa a questão dos partidos e do modelo de transformação social, assim como dos caminhos do desenvolvimento.
O movimento altermundialista não se resume aos Fóruns Sociais, mas o processo dos fóruns ocupa de fato uma posição especial.
O movimento altermundialista não deixa de expandir e de se aprofundar. Com a expansão geográfica, social, temática, viu sua força aumentar consideravelmente em menos de dez anos. No entanto, nada está ganho, mesmo que a crise em muitos aspectos confirme várias de suas análises e justifique seu chamado à resistência.
Do ponto de vista ideológico, a crise do neoliberalismo está fortemente ligada ao aumento da força do altermundialismo, que evidenciou as contradições internas ao sistema. Mas vários cenários são possíveis a médio prazo
O movimento altermundialista é histórico e prolonga e renova os três movimentos históricos precedentes: o da descolonização – o altermundialismo modificou em profundidade as representações norte-sul em proveito de um projeto mundial comum; o das lutas operárias – desse ponto de vista, está comprometido com a mudança rumo a um movimento social e pela cidadania mundial; e o das lutas pela democracia a partir dos anos 1960-1970 – é um movimento pela renovação do imperativo democrático após a implosão dos Estados soviéticos em 1989 e as regressões representadas pelas ideologias e doutrinas de segurança/militaristas/disciplinares/paranóicas. A descolonização, as lutas sociais, o imperativo democrático e as liberdades constituem a cultura de referência histórica do movimento altermundialista.
O movimento altermundialista se vê diante da crise da globalização capitalista em sua fase neoliberal. Essa crise não é uma surpresa para o movimento; ela estava prevista e era anunciada há muito tempo.
Três grandes questões determinam a evolução da situação em escala mundial e marcam os diferentes níveis de transformação social (mundial, por região, nacional e local): a crise ecológica mundial, que se tornou patente, a crise do neoliberalismo e a crise geopolítica com o fim da hegemonia dos Estados Unidos.
A crise de hegemonia norte-americana aprofunda-se rapidamente. A evolução das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de hegemonia norte-americana são muito diferentes. A luta contra a pretensa guerra entre civilizações e contra a tão real guerra sem-fim constitui uma das prioridades do movimento altermundialista.
A fase neoliberal parece ofegante. A nova crise financeira é particularmente grave. Não é a primeira crise financeira deste período (outras ocorreram no México, Brasil, Argentina etc.) nem é suficiente para sozinha caracterizar o esgotamento do neoliberalismo.
A consequência das diferentes crises é mais singular. A crise financeira aumenta as incertezas a respeito dos rearranjos monetários. A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que o superendividamento exerce, bem como suas limitações como motor do crescimento. A crise energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário. A crise alimentar, de gravidade excepcional, pode pôr em xeque os equilíbrios mais fundamentais.
O aprofundamento das desigualdades e das discriminações, em cada sociedade e entre os países, atinge um nível crítico e repercute na intensificação dos conflitos e das guerras e na crise de valores.
Os riscos de guerra são também uma saída clássica para as grandes crises. Não esqueçamos que o mundo já está em guerra e que cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em regiões em guerra. Os conflitos são permanentes e a desestabilização é sistemática
As instituições responsáveis pela regulação do sistema econômico internacional (FMI, Banco Mundial, OMC) perderam a legitimidade. O G8 se reuniu para resolver os problemas do planeta. Mesmo remodelado como G20, com alguns países de peso a mais, não tem legitimidade para fazê-lo. Somente as Nações Unidas e sua Assembleia Geral, apesar de suas limitações, podem falar em nome de todos. O G20 não tem solução porque ele é o problema, na medida em que são esses países que têm a maior parte da responsabilidade pela crise atual. Para os povos e as sociedades, é hora de se fazer ouvir.
A incerteza pesa sobre o tempo e os horizontes da crise. É provável que um novo ciclo caracterize os 25 ou 40 próximos anos. A crise do neoliberalismo, do ponto de vista ideológico, está fortemente ligada ao aumento da força do altermundialismo, que evidenciou as contradições internas ao sistema. No entanto, a crise do neoliberalismo não significa seu desaparecimento irremediável. Além do mais, o movimento altermundialista não é único movimento antissistema. Outros movimentos de reintegração também podem contestar a corrente dominante. Vários cenários são possíveis a médio prazo, com numerosas variantes: um neoliberalismo reconfortado, uma dominante neoconservadora, uma variante neokeynesiana. Uma saída altermundialista é bem pouco provável a curto prazo, pois as condições políticas não foram ainda preenchidas; mas uma maior força do movimento altermundialista pesará sobre as escolhas possíveis.
É nos próximos cinco a dez anos que a nova racionalidade econômica se formalizará, assim como o neoliberalismo se impôs, a partir de tendências existentes, entre 1979 e 1985. Fica então a discussão sobre a sequência desse ciclo no futuro.
Immanuel Wallerstein trabalha com a hipótese de um retorno do ciclo secular, e mesmo multissecular, colocando para os próximos 30 ou 40 anos a questão histórica sobre a superação do capitalismo e criando assim uma nova perspectiva para o altermundialismo.
O ideograma chinês que representa a palavra “crise”, muito antigo e venerável, associa dois signos, contraditórios como é de esperar de toda boa dialética: o dos perigos e o das oportunidades.
O primeiro perigo se relaciona à pobreza e permite entrever profundas contradições por vir. A saída da crise consiste em fazer com que os pobres e, sobretudo, os discriminados e os colonizados paguem por ela. Trata-se também de espremer as camadas intermediárias. E, caso isso não funcione, fazer com que certas classes ricas também paguem a conta.
Para que tais políticas sejam “aceitas”, será preciso muita repressão, muita criminalização dos movimentos sociais, punição da solidariedade, propagação da ideologia da segurança, instrumentalização do terrorismo, que explora o medo para espalhar mecanismos de segurança e de disciplina, muita agitação racista, islamofóbica e nacionalista, muita criação de bodes expiatórios, exploração de migrantes e de ciganos.
Para além dos perigos, quatro oportunidades foram abertas pela crise. Já é possível falar em nova regulação pública, redistribuição de riquezas, menor desequilíbrio entre Norte e Sul e reinvenção da democracia
Essa evolução fará com que certas regiões rumem para regimes autoritários e repressivos, e mesmo para fascismos e populismos de contornos fascistas. Os riscos de guerra são também uma saída clássica para as grandes crises. Não esqueçamos que o mundo já está em guerra e que cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em regiões em guerra. Os conflitos são permanentes e a desestabilização é sistemática.
As formas de guerra mudaram com a militarização das sociedades, o apartheid global, a guerra dos fortes contra os fracos, a banalização da tortura.
Pode-se lutar contra esses perigos pela resistência, pelas alianças e pelas coalizões em favor das liberdades, da democracia e da paz.
Para além dos perigos, que são mais conhecidos, quatro oportunidades foram abertas pela crise.
1. A derrota ideológica do neoliberalismo favorece a ascensão em termos de força das políticas de regulação pública.
2. A redistribuição das riquezas traz novamente a possibilidade de retorno ao mercado interno, à estabilidade de salários e à garantia das rendas e da proteção social, a uma nova ampliação dos serviços públicos.
3. O reequilíbrio entre norte e sul abre uma nova fase da descolonização e uma nova geopolítica do mundo. E é acompanhado por uma nova urbanização e por ondas migratórias que são as novas formas de povoamento do planeta.
4. A crise do modelo político de representação torna incontornável a ampliação da democracia social e o reforço da democracia representativa pela democracia participativa.
Entre 30 e 50 países emergentes – dos quais os três mais dinâmicos são Brasil, Índia e China – trazem a potencialidade de defender em conjunto seus pontos de vista e interesses. Não se trata de um mundo multipolar, mas da possibilidade de um novo sistema geopolítico internacional. As consequências poderiam ser consideráveis, notadamente para os termos de troca internacional e para as características das migrações.
Existem duas condições para essa evolução, que não se realizará sem algumas confusões. A primeira é que os países emergentes sejam capazes de mudar seu modelo de crescimento privilegiando o mercado interno e o consumo das camadas populares e classes médias, em detrimento das exportações. Essa desconexão é possível. A segunda é que os países emergentes construam alianças com os países do sul.
A primeira fase da descolonização fracassou, em grande parte, quando os países produtores de petróleo, após o choque de 1977, permitiram a divisão entre os países do sul. Essa condição permitiu ao G7, apoiado pelo FMI e pelo Banco Mundial, impor os ajustes estruturais.
Uma experiência neokeynesiana poderia se traduzir em reabilitação dos sistemas de proteção social e estabilidade salarial. Os pisos salariais, progressivamente elevados, seriam motor do crescimento. Mas há duas condições para tanto
A redistribuição de riquezas, necessária em razão da lógica do neoliberalismo e de seus excessos, abre espaço para uma tentação neokeynesiana. Ela consolida a tendência a reabilitar o mercado interno em escala nacional e estimula a integração regional.
Essa tentação neokeynesiana poderia se traduzir em uma reabilitação dos sistemas de proteção social e de uma estabilidade salarial. Os pisos salariais e sua progressão reencontrariam seu papel como motor do crescimento, no lugar do superendividamento que a crise dos subprimes revelou. O acesso universal a direitos, do qual os Objetivos de Desenvolvimento para o Milênio são um pálido sucedâneo, conquistaria de novo sua importância na agenda mundial. Existem duas condições para que se realize essa hipótese (que não deve ser confundida com a ideia de um simples retorno ao modelo keynesiano de antes do neoliberalismo).
A primeira é a necessidade de dar uma resposta aos limites ecológicos que tornam perigoso um prolongamento do produtivismo. A contradição entre o ecológico e o social tornou-se determinante, e sua superação é primordial. A segunda é a necessidade de uma regulação aberta em escala mundial, em comparação com a regulação nacional preconizada pelo sistema de Bretton Woods dos anos 1960.
O maior poder da regulação pública completará a derrota ideológica do neoliberalismo. O neoliberalismo permanece predominante, mas a ideologia neoliberal sofreu uma derrota lancinante, cuja recuperação será difícil. As nacionalizações ditas temporárias, até que se saia da crise, dificilmente poderão ser revertidas.
Os fundos soberanos já tinham aberto a via das intervenções inesperadas dos Estados em escala global. A análise e o questionamento das privatizações, até então pedidas sem qualquer sucesso, reservarão certamente algumas surpresas. A nova racionalidade dificilmente poderá continuar a submeter completamente a regulação aos mercados e a confundir o privado com os capitais e seus mercados.
Se o capitalismo não é eterno, a questão de sua superação pode ser atualizada. E poderíamos começar desde já a reivindicar e a construir um outro mundo possível
O retorno da regulação pública poderia tomar outro aspecto, distinto da estatização clássica, e combinar socialização e controle democrático. As diferentes formas de propriedade social e coletiva poderiam encontrar uma nova legitimidade. As nacionalizações poderiam adaptar-se à construção de novos blocos e comunidades regionais. A renovação dos modelos de poder e de representação deveria estar no centro das recomposições econômicas e sociais. É provável que a reconstrução do elo social encontre novas alternativas às formas jurídicas da democracia imposta de cima para baixo.
A democracia continuaria como uma referência, mas as determinantes poderiam mudar. Os sistemas institucionais e eleitorais dificilmente poderiam ser considerados como independentes das situações sociais.
As reivindicações poderiam dar maior relevo às liberdades individuais e coletivas e às respectivas garantias. O acesso aos direitos individuais e coletivos para todos poderia fundar uma democracia social sem a qual a democracia política perderia muito de seus atrativos.
As formas de articulação entre a democracia participativa e a democracia representativa, e sua ligação primordial com a democracia social, poderiam progredir e se diversificar.
Outros desdobramentos, já iniciados, deverão ganhar mais importância. As coletividades locais expandirão seu papel como poderes e instituições locais.
A aliança estratégica entre as coletividades locais e os movimentos associativos estará na base dos territórios e do reconhecimento da cidadania a migrantes.
Evidenciando o potencial trazido pelas resistências e pelas práticas atuais, o altermundialismo oferece uma perspectiva à saída da crise atual em seus diferentes aspectos.
Ele permite fundar, contra os conservadorismos autoritários e repressivos, coalizões pelas liberdades e pela democracia. Dá condições para o combate da possível aliança entre neoliberais e neokeynesianos, ao provocar as resistências e as reivindicações pela modernização social. Permite pressionar o neokeynesianismo até seus limites. E permite o esboço das alternativas que caracterizarão um outro mundo possível.
Mas é preciso ir além. Afinal, se o capitalismo não é eterno, a questão de sua superação pode ser atualizada. E poderíamos começar desde já a reivindicar e a construir um outro mundo possível.