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sábado, 17 de janeiro de 2009

Educação: para que?


Vejo um discurso corriqueiro, a solução para os problemas do Brasil é a educação. Vivemos momento de crise, embora a mídia quer insuflar, aumento de desemprego, baixa produtividade, pois a população na sua maioria não dispoe de qualificação profissional para o mercado. Trabalhar para quê e quem? Para o capital? É preciso da educação. A produção e reprodução da vida é mediada pelo trabalho e necessita da educação.
Um brilhante ensaio do filósofo István Mézaros, Educação para além do capital , editora Boitempo,2006, aponta as razões epistemológica e ontológica de tal fazer.
O resenhista, Caio Antunes, 2008, comenta a obra,
"O ponto de partida necessário para a compreensão do conceito de educação em Mészáros (na esteira de Marx e Lukács1) é sua apreensão em sentido amplo, como ‘a própria vida’2. Uma tal ampliação conceitual articula ainda mais profundamente a educação à totalidade dos processos sociais de produção e reprodução da vida.Sob o capital, a educação tem o sentido de internalização dos parâmetros reprodutivos gerais do sistema, não devendo ser compreendida como restrita ao que ocorre em uma instituição formal de ensino. É fato que as ‘instituições formais de educação certamente são uma parte importante do sistema global de internalização’, mas elas são dele ‘apenas uma parte’. Deste modo, embora o período de educação institucionalizada seja limitado sob o capitalismo a relativamente poucos anos de vida dos indivíduos, a dominação ideológica da sociedade prevalece por toda a sua vida. Os processos de ‘internalização’ ideológica cumprem, deste modo, a dupla função de, por um lado, criar qualificações necessárias ao funcionamento da economia e, por outro, elaborar métodos de controle político."
O livro custa apenas R$ 25,00.

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